O auditório do Banco Central, no Recife, recebe, na quinta-feira, 30/08/12, às 9h, a primeira sessão pública da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Camara sobre os casos de Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier.
O objetivo é ouvir parentes dos mortos e desaparecidos políticos na intenção de resgatar parte da história de dois jovens militantes que perderam a vida, e cujos casos são representativos dos desaparecimentos forçados que significam uma das graves violações de direitos humanos praticadas contra pernambucanos.
O relator é o professor e membro da CEMV, Manoel Moraes.
A abertura do encontro é presidida pelo coordenador, Fernando Coelho.
Os nove representantes da comissão participam da solenidade que é aberta ao público.
Durante a sessão pública vão ser ouvidos: Rosalina de Santa Cruz Leite (assistente social; professora doutora da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP; ex-presa política e irmã de Fernando Santa Cruz) ; Marcelo de Santa Cruz Oliveira (advogado.
Foi cassado na Faculdade de Direito da UFPE pelo Ato Institucional nº 5, coordenador adjunto do CENDHEC, irmão de Fernando Santa Cruz) e Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros (psicanalista e irmã de Eduardo Collier Filho).
EDUARDO COLLIER FILHO: Militante da AÇÃO POPULAR MARXISTA-LENINISTA (APML).
Desaparecido desde 1974 aos 26 anos.
Natural de Recife.
Nasceu em 05 de dezembro de 1948.
Filho de Eduardo Collier e Rizoleta Meira.
Era estudante da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, cassado pelo Decreto-lei 477.
Foi indiciado em inquérito policial pelo DOPS, em 12/10/68, por ter participado do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna.
Preso no Rio de Janeiro, em 23 de fevereiro de 1974, juntamente com Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, por agentes do DOI-CODI/RJ.
Desde, então, está desaparecido.
FERNANDO AUGUSTO SANTA CRUZ OLIVEIRA: Militante da AÇÃO POPULAR MARXISTA-LENINISTA (APML).
Desaparecido desde 1974, aos 26 anos.
Era casado com Ana Lúcia e tinha um filho: Felipe.
Foi preso junto com Eduardo Collier Filho, em 23 de fevereiro de 1974, em Copacabana, no Rio de Janeiro, por agentes do DOI/CODI-RJ.
Logo em seguida, o apartamento foi invadido pelos órgãos da repressão.
Em 14 de março de 1974, buscando saber do paradeiro de Fernando e Eduardo, as duas famílias foram ao DOI-CODI/SP, cujo carcereiro de plantão, conhecido como “Marechal”, confirmou que os dois jovens estavam presos ali, só podendo receber visitas no domingo, dia 17.
Foram deixados, então, para eles, objetos de uso pessoal.
Posteriormente, esses objetos foram devolvidos, com a justificativa de que se tratava de um engano, pois os dois não estavam ali.
A família e os advogados de Fernando apelaram as várias autoridades nacionais e internacionais e nada conseguiram.
Nasceu em 20 de fevereiro de 1948, em Recife, Pernambuco.
Filho de Lincoln de Santa Cruz Oliveira e Elzita Santos de Santa Cruz Oliveira.