(Foto: reprodução) O economista e analista político Maurício Costa Romão, do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau, analisou a última pesquisa de intenção de voto promovida pelo Jornal do Commercio/IPMN.
Além de afirmar que o recifense pode ter cansado do PT e que estaria vislumbrando em Geraldo Julio (PSB) uma possibilidade de mudança, Romão avalia que a entrada do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) na campanha televisiva de Geraldo pode dar uma guinada na campanha socialista.
Maurício Romão, do IPMN, avalia que recifense pode ter cansado do PT, após gestão mal avaliada Apesar do histórico de oposição entre Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Eduardo Campos/Miguel Arraes (PSB), no mês de junho deste ano as duas maiores forças políticas do estado voltaram a se unir, após 22 anos, com a entrada de Jarbas no palanque da Frente Popular, liderada por Eduardo Campos (PSB) e com chapa encabeçada por Geraldo Julio (PSB).
Um dos dados da pesquisa divulgada na última quinta-feira (23), é com relação ao ex-governador e hoje senador peemedebista.
Nova pesquisa JC/IPMN aponta Geraldo Julio com 22,2%.
Humberto segue em primeiro Será que o eleitorado pernambucano já assimilou essa mudança de palanque?
Jarbas está apoiando quem?
A esmagadora maioria não sabe. 63% disseram desconhecer a posição de Jarbas e 5% preferiram não responder.
Apenas 32% disse saber quem é o candidato do peemedebista.
Desses 32%, a maioria (81%) confirma que é Geraldo Julio (PSB).
Mas um considerável percentual de 14,2% aponta Mendonça (DEM) como o escolhido de Jarbas.
O dado revela que ainda há uma margem de crescimento de Geraldo Julio (PSB) sobre Mendonça (DEM), o que deve se concretizar quando Jarbas entrar de vez na campanha de Geraldo. É o que afirma Maurício Romão. “O mais provável é que Jarbas entrando, dizendo que está com a candidatura de Geraldo, parte dos eleitores que acha que ele está com Mendonça migre para Geraldo”, opina.
Romão ainda foi questionado sobre se isso iria de fato acontecer, já que o PSB não tem mostrado muita vontade de deixar claro para a população que os líderes do PMDB estão no palanque de Geraldo.
A entrada do PMDB na coligação foi determinante para a escolha de Luciano Siqueira (PCdoB) como vice da chapa socialista - “uma escolha para deixar claro que somos de esquerda”, comentou um socialista nos bastidores.
Mas Romão aposta que sim, Jarbas deve aparecer no guia de Geraldo. “Jarbas é muito admirado e é um cabo eleitoral forte.
Cedo ou tarde ele deve aparecer”, afirma.
Outro dado curioso da pesquisa é quanto à “oposição”.
Questionados sobre quem é, dentre os postulantes, aquele que faz oposição ao atual prefeito João da Costa (PT). 14,7% apontam Geraldo Julio como principal oposicionista ao prefeito que, vejam só, tem como vice Milton Coelho, do mesmo partido de Geraldo.
O pior vem a seguir: Humberto Costa (PT), defensor da atual gestão, é visto por 13,5% como oposição a João da Costa.
Mendonça (DEM) vem em seguida, com 11%, e Daniel Coelho com 4,4%.
Questionados sobre quem faz oposição ao PT, os eleitores apontaram Geraldo Julio (PSB), com 18% das menções, como principal opositor, apesar das lideranças de PT e PSB fazerem questão de dizer que não se opõem e que o enfrentamento é apenas não deve ir além da corrida eleitoral do Recife.
Mendonça (DEM) vem em seguida, com 15,3%.
Daniel Coelho (PSDB) aparece com 4,4% e até o petista Humberto Costa foi lembrado por 2,5%. “A oposição não está reagindo”, avalia Romão.
Apesar das virtudes dos candidatos Mendonça Filho e Daniel Coelho, Maurício Romão não enxerga chances de algum dos dois figurarem no segundo turno. “São candidatos com propostas próprias, bem fundamentadas, mas estão decrescendo”, comenta. “Mendonça Filho (DEM) é um candidato forte, com um recall excelente e tem um grupo de 15% a 20% da população que gosta muito dele.
Mas a candidatura está esvaziada, sem coligação, não tem vereadores ao seu lado. É um caminho áspero para ele. É forte, mas não está resistindo à avalanche que é a candidatura de Geraldo.” “Daniel Coelho é competente, jovem, desenvolto, criativo, tem propostas, identidade, sabe discursar e tem um belo futuro político pela frente, mas também está sendo engolido pela polarização PT-PSB, o que apaga as possibilidades de Daniel se sobressair.” As quedas de Humberto Costa (PT), um pouco mais leve, e Mendonça Filho (DEM), um pouco mais acentuada, estão em contraponto com o crescimento dos números Geraldo (PSB).
Apesar de alguns socialistas mais empolgados vislumbrarem uma vitória ainda no primeiro turno, Mauríco Romão afirma que “podemos dizer que Geraldo tende a continuar crescendo, mas qualquer afirmação além disso é algo temerário”. “Dizer que Geraldo vai levar no primeiro turno é dizer que Humberto não vai reagir e ainda ficar abaixo de 30%.
Significaria dizer também que a oposição (Mendonça e Daniel), que tem mais de 20%, vai continuar caindo e que Geraldo vai conquistar todos os votos brancos e nulos.
Não acho isso provável, então é melhor ser cauteloso e aguardar.” “A gente não sabe ainda o impacto do guia de televisão, que tem sido muito forte nas últimas eleições.
Temos que ficar de olho principalmente nas duas próximas pesquisas para sentir o impacto do guia.
Geraldo tem o dobro do tempo do PT, Mendonça e Daniel têm pouco tempo.
Mas a capacidade de emocionar e um guia bem feito pesam mais que o tempo.” Com candidaturas fechadas, Humberto lidera pesquisa de intenção de voto Segunda pesquisa JC/IPMN aponta Geraldo Julio com o dobro de intenção votos