Foto: Clemilson Campos/JC Imagem O terceiro e último bloco do Debate NE10 foi mais um com trocas de farpas, principalmente entre Humberto Costa (PT) e Geraldo Julio (PSB), com Daniel Coelho (PSDB) repetindo os ataques às duas candidaturas.

Neste bloco, os jornalistas Sérgio Montenegro Filho, Antônio Martins, Jamildo Melo e Mário Neto fizeram perguntas aos candidatos definidos por sorteio, com direito a réplica e tréplica.

Ataques entre Humberto e Geraldo esquentam debate do portal NE10 já no primeiro bloco Apresentação de propostas e troca de farpas marcam segundo bloco do Debate NE10 Debate com candidatos à Prefeitura do Recife (último bloco) Sérgio Montenegro Filho (Jornal do Commercio) perguntou ao candidato Geraldo Julio (PSB) se existiria a possibilidade de acontecer num possível governo de Geraldo - candidato pouco conhecido pela população, mas fortemente apadrinhado - o mesmo que aconteceu entre João da Costa (PT) e João Paulo (PT), quando o primeiro foi eleito apesar do desconhecimento público e, após eleito, se desentendeu com João Paulo, o que prejudicou sua gestão.

Geraldo Julio não foi objetivo na resposta, afirmando que tem amplo apoio, que envolve muitos deputados, vereadores e dois senadores, além de citar parcerias com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT) - tendo ainda elogiado ela, afirmando os 70% de aprovação da presidente.

O socialista, apesar de não responder a pergunta com objetividade, fez questão de rebater Humberto Costa (PT), que havia acusado Geraldo Julio de ter mentido, quando disse que o petista foi um péssimo secretário de Saúde. “Fui acusado de mentira, mas não menti”, afirmou o socialista. “No Datafolha está registrado que o senhor (Humberto) foi o segundo pior do Brasil.

E ele não inaugurou nada aqui (no Recife) em dois anos e meio como ministro”.

Sérgio Montenegro também perguntou ao candidato se o passado político de um prefeito não seria importante para ter “jogo de cintura” numa eventual crise política.

O socialista usou a presidente Dilma Rousseff (PT) como exemplo de que isso não iria acontecer, afirmando que a petista era “desconhecida” mas que tinha “jogo de cintura” - algo que não é verdade, já que a relação dela com a Câmara Federal não é fácil e muito disso se deve a falta de experiência política.

O jornalista Antônio Martins, da TV Jornal, questionou o candidato Mendonça Filho (DEM) sobre o “novo estilo” de campanha, em que o democrata se coloca como candidato “do povo”.

Mendonça Filho não gostou. “O que mudou foi sua percepção.

Sempre Sempre andei em Casa Amarela, Ibura, não só em época de eleição. É por conta deste histórico que me sinto a vontade para usar esse título”, defendeu. “Acho que o Recife precisa de um prefeito independente, não manipulado”, disse, alfinetando Geraldo Julio (PSB).

Antônio Martins fez nova pergunta ao candidato do Democratas, questionando-o sobre a ausência de grandes lideranças do partido em sua campanha, a exemplo de Gustavo Krause e Roberto Magalhães.

Mendonça respondeu que o jornalista estava equivocado mais uma vez, afirmando que as referidas lideranças estavam na convenção de homologação de sua campanha - mas o Blog de Jamildo estava lá e viu que Gustavo Krause não estava presente.

Neste bloco, os jornalistas tiveram 30 segundos para fazer suas perguntas.

Os candidatos - escolhidos por sorteio - tiveram dois minutos para responder.

O jornalista teve um minuto para a réplica (ou fazer nova pergunta) e o candidato mais um minuto para a tréplica.

O terceiro jornalista a perguntar foi Jamildo Melo, do Blog de Jamildo.

O candidato sorteado foi Humberto Costa (PT), que teve de responder uma pergunta sobre os bastidores do partido, que há anos vive certo acirramento entre os palanques de Humberto e João Paulo, candidatos respectivamente a prefeito e vice na chapa petista, o que poderia provocar um racha na gestão.

Humberto respondeu que não.

Após rasgar elogios ao seu companheiro de chapa, afirmando que é o melhor prefeito que o Recife já teve, Humberto afirmou estar unido a João Paulo e lembrou parcerias entre os dois. “O PT está unido e oferecendo ao eleitor o que temos de melhor.

Marchamos juntos por muito tempo e fui o primeiro secretário de Saúde de João Paulo”, lembrou.

O petista aproveitou para rebater Geraldo Julio mais uma vez. “Ele disse que não fiz nada, mas criei o SAMU, Farmácia Popular, Academia da Cidade, Programa de Saúde Bucal, Postos de Saúde da Família”.

Humberto também criticou Geraldo afirmando que o socialista foi “politicamente incorreto” em suas afirmações. “O orçamento de 2001 foi definido em 2000, na gestão de Roberto Magalhães (DEM, antigo PFL).

Jamildo fez nova pergunta afirmando que o pleito deste ano é “a eleição da vida” de Humberto e João Paulo, já que num caso de derrota ficariam descredenciados para a disputa de 2014, para governador.

Diante do cenário, os petistas, em caso de vitória, já fariam oposição ao PSB desde já? “Não.

Muito pelo contrário”, respondeu o petista. “Apesar de Geraldo dizer que fez tudo, parece até que é o governador, eu também fiz muito no Governo (como secretário das cidades).

No senado, trouxe a Fiat.

Como membro da Comissão de Assuntos Econômicos, consegui empréstimos para o Governo (de Pernambuco) no Banco Mundial.

Quero manter com Eduardo uma grande parceria, além do apoio integral de Dilma, que está comigo nessas eleições.” O jornalista Mário Neto, da Rádio JC/CBN Recife, questionou Daniel Coelho (PSDB) sobre a mudança de palanque, já que há dois anos o hoje tucano Daniel pertencia aos quadros do PV e defendeu a candidatura de Marina Silva contra a de José Serra, hoje seu copartidário.

Daniel afirmou que está tranquilo com a mudança de palanque e que o principal motivador seria a sua independência política.

De acordo com Daniel, no PV não havia espaço para suas ideias, por isso saiu - assim como Marina Silva. “Se estivesse no PV estaria dizendo “sim senhor”.

Saí do PV para continuar usando o verde.

Se estivesse lá, hoje teria que usar amarelo”, afirmou, remetendo à aliança entre seu antigo partido e o PSB, de Geraldo Julio.

ROUBANDO A CENA - Daniel Coelho roubou a cena no fim do último bloco.

Num momento em que nenhum dos outros candidatos iria mais falar, Daniel questionou Humberto Costa (PT) e Geraldo Julio (PSB) sobre as críticas trocadas entre os dois.