Por Ricardo Antunes, no site leituracritica.com Aliado de Jarbas desde quando era apenas um professor da universidade e andava, como costuma dizer, numa Brasília 76, o marqueteiro e empresário Antonio Lavareda foi barrado na festa do senador, hoje a noite, em comemoração ao seus 70 anos.

Desde 85, ele cuida do marketing político do ex-governador sendo responsável por todas as vitórias de Jarbas na PCR (duas vezes) e Governo do Estado ( também duas vezes) e gozava da confiança do senador até romperem em 2006 pouco depois de Jarbas ter deixado o poder.

A festança que deve reunir ainda os novos aliados do senador, sob a batuta do governador Eduardo Campos, deverá reunir nomes de peso e até mesmo lideranças do PFL, com quem Jarbas se juntou para ganhar o Governo do Estado em 1998, como Marco Maciel e Roberto Magalhães.

Outra figura histórica, que como Lavareda, está, hoje, na lista de desafetos é o ex-todo poderoso, Edgar Moury Fernandes, responsável pelo caixa de campanha de Jarbas em todas as suas eleições e um espécie de primeiro ministro do ex-governador quando ele ocupava o Palácio das Princesas.

O ex-deputado rompeu com Jarbas também no final do seu governo quando o mesmo não teria sido contra sua candidatura a deputado federal a Câmara Federal. “Fiz muito por ele.

Jarbas é um ingrato”, costuma repetir Moury Fernandes, que como Lavareda, não fala mais com o antigo “chefe” político.

Outro ex-inimigo, o senador Armando Monteiro também deve comparecer.

Os dois nunca se “bicaram”, apensar da amizade de Jarbas com seu pai, Armando Monteiro Filho, que sempre ajudou financeiramente as campanhas do peemedebista..

Quando Jarbas estava no Governo do Estado, Armando Monteiro, hoje senador, era o principal crítico do “estilo Jarbas” a quem criticava abertamente.

Outro que tem uma relação de “amor e ódio” com ele, o deputado Sergio Guerra (PSD) também vai por lá.

Ele foi acusado por Jarbas de ter feito “corpo mole” em sua campanha quando disputou contra a reeleição do governador em 2008.

Guerra e Campos sempre tiveram boas relações e a adesão recente de Jarbas ao provou “ciúmes” do deputado que teve seu espaço de poder reduzido junto ao Palácio das Princesas com a chegada do neo aliado do PMDB.

Mas a expectativa da noite fica por conta da presença ou não do ex-governador e hoje candidato do DEM a Prefeitura do Recife, Mendonça Filho, que foi praticamente o político mais próximo de Jarbas nos oito anos em que ele esteve no Palácio.

A própria eleição de Jarbas ao Governo do Estado é atribuída a aliança que ele costurou com o então PFL e que colocou em seu palanque Roberto Magalhães, Marco Maciel, Inocêncio Oliveira, dentre outros, numa aliança considerada fundamental para a vitória.

Essa semana, Jarbas chegou a telefonar pessoalmente para Mendonça que noentanto, não confirmou a sua presença, magoado que está com os desdobramentos da sucessão municipal.

No período da briga com Raul Henry que aderiu ao Governo Eduardo Campos junto com Jarbas Vasconcelos, Mendonça acredita que deveria ter recebido uma atitude mais correta a quem dedicou lealdade todos esses anos.

Para ele, Jarbas e Henry já tinha costurado esse apoio antes, nos bastidores, o que praticamente dizimou as chances da oposição ganhar a PCR. “Na política é preciso ter educação e bons modos, mas também é necessário ter vergonha na cara”, diz um prefeito num claro sinal de como azedaram as relações dos dois.

O governador Eduardo Campos e sua “entourage” confirmou presença e deve liderar mais um ato de aproximação entre os “socialistas” e os neo-aliados de agora.

São históricas as farpas trocadas pelos dois grupos desde quando Jarbas deixou o ombro de Miguel Arraes para se aliar “a direita” do Estado com os antigos inimigos.” Dr.

Jarbas foi para o caminho da perdição”, dizia o ex-governador numa frase que ficou célebre.

De fora da lista, obviamente o PT pernambucano, que viu seu antigo aliado, Eduardo Campos, correr para os braços de Jarbas para tentar “enterrar o partido” no estado com a candidatura de Geraldo Júlio (PSB) para a PCR.

A Ministra do TCU, Ana Arraes, que teve a indicação criticada acidamente pelo senador também deve marcar presença num reencontro também esperado depois da adesão de Jarbas ao governo do seu filho. “Todos os ministros do TCU foram convidados”, confirmou o jornalista Ennio Benning, assessor do senador.

Mesmo com idas e vindas ideológicas e arranjos de adesão, que só podem ser explicados pelo interesse eleitoral, ninguém pode negar a importância de Jarbas Vasconcelos na história política do Estado.

Pouca gente deixou, em algum momento, de votar nele em algumas de suas eleições.

Foi deputado federal, prefeito do Recife, governador do Estado, senador e teve seu nome marcado com uma das principais lideranças do País na luta pela redemocratização do país no chamado “grupo autêntico do MDB” – que reunia Ulysses Guimarães, Paulo Brossard, Egidio Ferreira Lima, Severo Gomes dentre outros.

Liderou a bandeira das Diretas Já, em 85, e antecipou que não iria ao colégio eleitoral para eleger Tancredo depois que a emenda diante de Oliveira foi abortada pelo Congresso.

Antes, em 1970, foi um dos primeiros parlamentares da oposição a denunciar as prisões e torturas cometidas pela ditadura militar e teve a mesma coragem ao se colocar como um dos poucos políticos que fizeram oposição ao Governo Lula.

De aparência sisuda, que na verdade confessa sua timidez de menino humilde da mata norte do Estado, Jarbas Vasconcelos, com seus erros e acertos, se tornou uma referência singular na história política do país.