Milenna Gomes, do NE10 Da apresentação às considerações finais, Daniel Coelho (PSDB) não poupou ataques à gestão do Recife dos últimos 12 anos, a dobradinha PT-PSB, no Debate NE10, veiculado na web, desta quinta-feira (23).

Seguro e bem preparado, o tucano, primeiro dos candidatos a falar no embate, começou o discurso dizendo que quer ser prefeito por estar indignado com a falta de mudança deixada por “eles”.

No bloco um, Daniel poderia fazer uma pergunta a qualquer candidato.

Decidiu, então, desafiar Humberto Costa (PT) a dizer quantas obras do Orçamento Participativo o governo municipal petista não entregou.

O concorrente falou de burocracias para finalizar projetos, dos trabalhos já realizados, mas caiu na rasteira.

Na réplica, o prefeiturável do PSDB deu números, informações e mostrou que chegou para debate bem ensaiado. “Acho que é importante informar a quantidade.

São 501 obras, em 12 anos, votadas como prioridades e não realizadas.

Não estamos falando de meia dúzia de ruas.

Estamos falando de mais de 500 intervenções”, disparou.

Chegado o momento de responder a uma pergunta, Daniel entrou em um campo conhecido ao falar de mobilidade, questionado por Mendonça Filho (DEM).

O tucano não perdeu a chance de alfinetar. “O viaduto Capitão Temudo, do PSB, foi construído sem espaço para o pedestre e o PT delegou a reforma das calçadas para o poder privado”, disse.

E continuou: “A mesma gestão (PT-PSB) tirou as kombis, colocou ônibus com ar-condicionado e depois tirou a climatização.

Não entendo isso”.

A réplica e a tréplica da pergunta seguiram mornas, apenas com apresentação de propostas de ambos os candidatos.

Ao falar de turismo, dúvida de um internauta, o postulante reiterou o descontentamento com o atual Recife e ressaltou os problemas da cidade. “Temos trânsito caótico e cidade suja.

Quando a cidade for boa de morar também será boa para o turista”, soltou.

Geraldo Julio foi o escolhido para comentar a resposta e Daniel completou falando do Centro de Convenções, que, para ele, já não dá mais conta dos eventos que recebe.

Neste momento, estendeu a mão amiga. “Vamos chamar o governador para ele entender a real importância do Cecon, caso eu seja eleito”, comunicou.

Mais tarde, na hora de comentar a resposta do petista à pergunta de um internauta, Daniel não economizou na farpa. “O candidato mostrou estar desantento ao questionamento do eleitor”, denunciou, ao observar que Humberto não respondeu à pergunta sobre saneamento básico.

Neste momento, o tucano - que bateu, mas não levou - se adiantou a um possível ataque do concorrente. “Não venha falar do PSDB, de trinta anos atrás.

O PT sempre apresenta a mesma cara.

Essa conversa retórica não tem mais espaço”.

O postulante do PT não comprou a briga e preferiu se limitar a completar a fala com propostas para a área de seneamento.

No fim do último bloco, Daniel brilhou, mirando a artilharia, mais uma vez, na dobradinha PT-PSB. “Se você acha alguém incompetente, coloca ele como senador?

Não aguento mais essa política do toma-lá-dá-cá”, disse, em relação ao apoio do PSB de Geraldo Julio à candidatura de Humberto ao cargo no Senado.

Para finalizar, explicou: “Saí do PV porque se continuasse lá não estaria usando verde e sim amarelo.

Seria mais um balançando a cabeça e dizendo “sim, senhor””.