Na Folha Online Único réu do mensalão a disputar a eleição deste ano, o deputado João Paulo Cunha (PT) utilizou uma declaração de apoio falsa da presidente Dilma Rousseff na sua disputa pela Prefeitura de Osasco.

No último dia 7, o petista publicou em seu site de campanha a declaração de voto da presidente.

A campanha também confeccionou jornal com tiragem de 50.000 exemplares destacando o apoio de Dilma.

No entanto, a fala da presidente foi feita em 2010, quando João Paulo disputava vaga de deputado federal.

Tanto o site quanto o jornal indicavam que o apoio era para a candidatura a prefeito. “Nas eleições de outubro, mais uma vez ele se coloca a serviço do povo.

Conto com sua liderança para, juntos, avançarmos nas transformações econômicas e sociais que farão do Brasil um país sem miséria”, foi a frase de Dilma usada no material.

O jornal de campanha destacava: “Dilma e Lula declaram apoio à candidatura de João Paulo”.

O site e o jornal reproduzem foto de fevereiro de 2011 em que Dilma abraça João Paulo em um evento no Planalto.

O ano da foto também não era informado.

Segundo o site, Dilma disse que João Paulo tem “inabalável compromisso com o projeto que trouxe desenvolvimento com justiça social” para o país.

O Palácio do Planalto não quis comentar a utilização da declaração da presidente.

Dilma tem evitado envolvimento explícito na eleição municipal deste ano.

Ela ainda não gravou, por exemplo, declaração de apoio para o candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad.

Na última semana, o ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do mensalão, votou pela condenação do petista por três crimes: peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Devido ao processo, setores do próprio PT pressionam João Paulo a abandonar a candidatura.

OUTRO LADO A campanha de João Paulo disse ter errado ao ter reproduzido declaração de Dilma que estaria na página pessoal do petista desde 2010. “Cometemos um erro temporal ao apresentar a informação, que já está sendo corrigido”, afirmou a assessoria de imprensa do petista.

Segundo a assessoria, a fala de Dilma, que então era candidata à Presidência, foi de “cunho pessoal”.

No atual material, ela é identificada como “presidente do Brasil”.

No final da noite, a notícia do site foi corrigida.

Sobre o jornal, a campanha não soube informou se os exemplares foram totalmente distribuídos.

O material de João Paulo também destacou o apoio do ex-presidente Lula.

A assessoria dele confirmou a declaração de voto.

Apoio de outros membros do governo estão sendo utilizados, como os dos ministros Miriam Belchior (Planejamento), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e Aldo Rebelo (Esporte).