Foto: divulgação/Prefeitura de Araripina Deu no Jornal do Commercio desta terça-feira (21) Carolina Albuquerque Especial para o JC A instabilidade política em Araripina (Sertão) parece estar longe do fim.
Nessa segunda-feira (20), pela terceira vez em menos de nove meses, o prefeito da cidade, Lula Sampaio (PTB), foi afastado do cargo por determinação do juiz da 2ª vara daquela comarca, Rodrigo Ramos Melgaço.
Quem assumiu foi o vice Alexandre Arraes (PSB), candidato a prefeito nesta eleição.
Corre também no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) processo que, por recomendação do Ministério Público (MPPE) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), pode culminar com a intervenção estadual no município.
O presidente do TJPE, Jovaldo Nunes, promove amanhã uma audiência com o prefeito e o procurador-geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon, para tentar uma conciliação entre as partes.
TJPE suspende decisão que mantinha prefeito de Araripina afastado por acusação de improbidade administrativa Leia o processo que solicitou o afastamento do Prefeito de Araripina Prefeito de Araripina acusa vice-prefeito de desvio de recursos da prefeitura Lula Sampaio protocolou um documento segunda (20) no TCE em que rebate cada uma das 12 irregularidades que pesam contra ele e que justificariam a intervenção.
Também faz novas acusações.
Diz que a contratação das bandas do último São João, quando ele estava afastado, foi superfaturada e alega “perseguição pessoal” por parte do juiz da 1ª vara de Araripina, João Ricardo da Silva Neto, responsável pelos dois primeiros afastamento dele.
Na defesa, Lula nega a acusação da auditoria do TCE de que não fez a prestação de contas de 2010. “Toda a documentação e a prestação de contas foram devidamente protocoladas no tribunal (inspetoria) de Petrolina”, afirmou.
O relator de 2012 do processo do TCE, Romário Dias, confirma que não chegou às suas mãos tais documentos. “Ele tem amplo direito de defesa.
Acho pouco provável os documentos terem ido para Petrolina e isso não tenha chegado em minhas mãos.
Mas pode ter havido alguma falha.
Vamos averiguar”, asseverou.
Lula classifica como “caçada” as ações do Ministério Público e as sucessivas medidas de afastamento determinadas pelo juiz de Araripina João Ricardo, que, em liminar, decidiu em julho pelo bloqueio das contas da prefeitura devido a um saque de R$ 1 milhão e de R$ 90 mil na “boca do caixa”.
Lula alega que não se tratou de um saque, mas de uma transferência para pagar os professores.
Contra Alexandre Arraes, ele reitera que foi ilegal a transferência de mais de R$ 1 milhão entre os dias 19 e 20 de junho último para pagamento das bandas do festejo junino.
Cita, pelo menos, quatro bandas pagas supostamente com superfaturamento. “O Forró Real custou R$ 157 mil.
Já contratamos a mesma banda por R$ 40 mil.” Alexandre recebeu com surpresa a acusação. “Foi uma empresa licitada, temos todos os documentos conforme exige a Justiça.
Ele está fazendo todo tipo de coisa para me prejudicar”, diz.