Eles são os olhos da campanha.
Trabalham em uma das funções mais importante dos bastidores: a imagem do candidato.
Por isto, no Dia Mundial da Fotografia, celebrado nesse domingo (19), o Blog de Jamildo não poderia deixar de contar histórias dos fotógrafos dos postulante a prefeito do Recife.
Dos 43 anos da vida de Chico Bezerra, 23 foram dedicados à fotografia.
Ele começou no tempo em que as imagens ainda eram produzidas em preto e branco como laboratorista, ou seja, trabalhando na revelação e ampliação das fotos.
Antes de chegar à campanha de Mendonça (DEM) - a terceira ao lado do democrata - , ele atuou com o ex-governador Joaquim Francisco (PSB), ainda no laboratório. “Terminou que o fotógrafo da campanha não aguentou o ritmo e eu comecei a tirar as fotos”, lembra.
Chico também prestou serviço para o Jornal do Commercio.
Desta época, lembra de grandes coberturas, como o escândalo do Mensalão, quando o publicitário Duda Mendonça foi acusado de desviar dinheiro público - fato que lhe rendeu duas capas da revista Veja em 2006 - e as enchentes em Palmares, na Zona da Mata Sul, em 2010, que também recebeu destaque nacional.
Para ele, trabalhar em campanha é bom porque o fotógrafo está sempre na rua e lidando com o inusitado. “Em caminhadas, visitas aos bairros, bicicleatas, sempre temos que buscar o melhor ângulo do candidato.
A parte ruim é o trânsito.
Eu sempre tenho que chegar antes de Mendonça, mas os engarrafamentos não ajudam”, brinca.
Foto: Chico Bezerra/divulgação Do lado dos veteranos também está o fotógrafo de Humberto Costa (PT), Sérgio Figueirêdo, de 42 anos.
Ele trabalha para Grão Fotografia e desde 2002 fotografa as campanhas majoritárias dos petistas, como a de Humberto para governador em 2002 e 2006 e as de João Paulo (2004) e João da Costa (2008) para a Prefeitura do Recife. “O nosso desafio é montar uma foto rápida, no meio da agitação. É um desafio diário, até porque temos que apresentar o candidato da melhor forma possível, com o melhor semblante, o melhor astral”, conta.
A rotina é cansativa, precisando estar à disposição do prefeiturável em qualquer hora durante os três meses. “Mas é um espaço bom que temos para divulgar nosso trabalho, ainda mais agora, com o aumento dos veículos de comunicação.
Quando comecei, há 15 anos, não existiam blogs, por exemplo”, avalia.
Além disso, o fotógrafo, apesar de não militar, gosta e acompanha o cenário político. “Todo dia, quando acordo, a primeira coisa que faço é ler os blogs de política”.
Fora da campanha, Sérgio dedica-se a trabalhos voltados para empresas.
Foto: Sérgio Figueirêdo/divulgação Já Leo Motta, 28, contratado por Daniel Coelho (PSDB), atua com fotografias publicitárias quando está fora da campanha.
Aliás, esta é a primeira eleição na que ele trabalha. “Para mim, o que tem sido gratificante é perceber a esperanças das pessoas nas ruas, principalmente nas comunidades mais carentes.
Quem passa por ali, olha, mas não percebe tanto quanto eu, fotógrafo.
Durante as caminhadas tenho feito coisas para mim, um trabalho mais crítico da atual gestão.
Tento colocar meu sentimento no trabalho como forma de protesto”, conta o profissional da Levay Photos.
Ele explica que a diferença entre uma foto publicitária e uma de campanha é que a primeira é mais produzida, montada, enquanto a última apresenta o inusitado. “Domingo, eu estava em uma caminhada em Santo Amaro e entramos em uma casa que o casal tinha sete filhos, sendo cinco deficientes mentais.
Quando entrei, um dos filhos me agarrou pela camisa, pegou a água que estava no meu bolso… isto para mim é gratificante, ver a felicidade com que eles me receberam, e querendo ver a foto que eu tinha tirado deles”.
Foto: Leo Motta/divulgação O mesmo gosto pela emoção da rua tem a fotógrafa de Geraldo Julio (PSB), Andréa Rêgo Barros, 32. “Cada pauta é bacana.
Eu sempre gostei de conhecer gente, de escutar as pessoas e a campanha permite isso.
Vou em comunidades, caminhadas, entro na casa das pessoas, você olha seu candidato conversar com o povo, então também está fazendo parte da história”.
Além das passagens por jornais, Andréa carrega a experiência de outra campanha.
O desafio de fotografar um candidato? “Ele tem que estar bem na foto.
Nas reuniões, temos que pegar a melhor expressão e, ao mesmo tempo, tem que ser algo espontâneo.
Como vim de jornal, estou acostumada em pegar as coisas no momento em que elas estão acontecendo”.
Foto: Andréa Rêgo Barros/divulgação