O candidato tucano, Daniel Coelho, partiu para o ataque contra o candidato socialista Geraldo Júlio, no debate da TV Tribuna, nesta tarde de segunda-feira.
Sem cair em esparrelas dos adversários até aqui, mesmo sendo um marinheiro de primeira viagem em disputas majoritárias, o socialista teve a sua paciência testada ao nível do estresse neste primeiro encontro televisivo.
Daniel Coelho, visivelmente, foi o primeiro adversário a tentar tirar o socialista da zona de conforto que estava até aqui.
Em quarto lugar nas pesquisas, interessa ao tucano tentar abalar e polarizar com o candidato palaciano, que partiu do zero e já tem mais de 15% em vários levantamentos de opinião já divulgados.
O trecho em que ocorreu o maior atrito começou com um questionameto sobre educação.
Geraldo Júlio havia apresentado uma série de promessas para melhorar o setor, incluindo até os tablets para alunos do sexto ao nono ano do ensino médio.
Retrucando, o tucano reclamou que o Ideb do Recife acaba de mostrar a capital abaixo de João Pessoa, quando no passado várias gerações vinham para o Recife estudar.
Ele acusou o PSB e o PT de investirem menos de 25% e prometeu elevar os gastos na educação para 30% do orçamento.
Geraldo Júlio ignorou os ataques, voltando a fazer promessas, despertando a provocação do adversário tucano. “Estou impressionado com a capacidade de Geraldo Júlio enrolar.
Não sei se é assim na rua”, afirmou. “Não enrole (ao me responder).
Diga sim ou não.
Como avalia (a gestão de João da Costa).
Não use artifícios”, pediu, em um tom acima do convencional em um debate. “Que arrogância, Daniel?”, devolveu o socialista.
Com efeito, a resposta veio mais objetiva do que de costume. “O candidato dele (João da Costa) é o candidato do partido dele.
Ele já disse isto pelos jornais”.
Geraldo Júlio também garantiu que o PSB ajudou o PT e arrumou recursos. “O meu partido não pode ser culpado pelo que ocorreu (na PCR).
Eles tiveram muitas confusões (entre eles, petistas). É como o cidadão que vai a um posto de saúde e vê dois médicos discutindo e não é atendido.
Teve muita confusão e muita intriga.
Nós não temos culpa com isto”, defendeu.
Contraditado, Geraldo Júlio disse que respondia sim aos questionamentos e devolveu o ataque tucano. “Eu não sou como você que parece esconder o paryido.
Você não revela qual é o seu partido.
O PV está apoiando a nossa candidatura e não a sua.
Você esconde o PSDB, FHC e José Serra”, criticou, não sem deixar de concluir a fala com o sorriso no canto dos lábios, como Eduardo Campos constuma fazer.
Daniel Coelho ainda respondeu que o socialista só falava com respostas decoradas. “Pode-se fabricar tudo, menos a vontade de mudar o Recife”, declarou.
O tucano começou o quato bloco do programa já pilhando a alainça entre o PSB e o PT, em uma pergunta sobre a saúde nos 12 anos da união entre os petistas e os socialistas.
Daniel repetiu a crítica de que a gestão do PT consege saber tudo sobre os contribuintes, que pagam os impostos, mas nada sabe sobre os usuários de postos de saúde, quando chegam para uma consulta.
O tucano acusou os socialistas de serem oportunistas, por não terem feito críticas à saúde nos últimos anos, deixando para fazê-las agora, especialmente no debate desta segunda-feira.
Geraldo Júlio havia batido em Humberto Costa como nunca antes. “Os culpados não podem ser responsáveis pela solução”, frisou.
No mesmo bloco, o socialista travou embate com o petista tendo os três hospitais de Eduardo Campos como mote, além de acusar o petista de tratar do tema com soluções pontuais. “Voce não sabe o que é saúde”, acusou Humberto Costa, em um ataque direto.