Por Terezinha Nunes, especial para o Blog de Jamildo Crise econômica, greves em profusão e o julgamento do mensalão.
Qualquer um desses ingredientes seria suficiente para levar a eleição municipal deste ano ao imponderável para os candidatos governistas, principalmente, aqueles mais identificados com o PT.
Juntos, como estão se apresentando neste momento, eles já vêm causando um problema sem tamanho no panorama eleitoral de norte a sul do país. É verdade que somente no dia 7 de outubro os eleitores vão freqüentar as urnas para escolher os prefeitos dos mais de 5 mil municípios brasileiros.
Há, portanto, ainda muito caminho a percorrer mas, o retrato de hoje, demonstra que a tendência, por enquanto, está sendo favorável às oposições, sobretudo nas capitais e nos maiores municípios.
O exemplo do Nordeste, mais perto de nós e onde o PT e seus aliados reinaram soberanos nas últimas eleições, sobretudo por conta do carisma e prestígio do ex-presidente Lula, já demonstra que o mar não está para peixe.
Neste momento o DEM está liderando as pesquisas em Aracaju, com João Alves, em Salvador, com ACM Neto, e em Fortaleza, com Moroni Torgan.
Em João Pessoa, o candidato do PSDB a prefeito, senador Cícero Lucena, disputa taco a taco com o candidato do PMDB, José Maranhão.
Em São Luís quem está na frente é o candidato do PSDB, João Castelo e em Teresina também lidera com ares de favorito o também candidato do PSDB, Firmino Neto.
Em Maceió o candidato do PSDB, Rui Palmeira , pelo nível de crescimento nas pesquisas, tem grande chance de sair vencedor.
Recife tem sido, por enquanto, a exceção pelo peso que tem o PT na capital, o que vem garantindo ao seu candidato Humberto Costa o primeiro lugar nas pesquisas.
Ninguém se arrisca neste momento, porém, a apostar as fichas em Humberto.
Em primeiro lugar, porque o governador tem força para alavancar o seu candidato a prefeito, Geraldo Júlio.
Em segundo lugar, porque, se a tendência do eleitorado das capitais de tomar o rumo das legendas oposicionistas, pelas razões expostas acima, os candidatos Mendonça Filho e Daniel Coelho podem se beneficiar e vir a surpreender.
E dependendo do estado, nem sempre o apadrinhamento vai conseguir mudar a tendência do voto.
Em São Paulo, por exemplo, Lula não conseguiu tirar seu candidato Fernando Haddad do quarto lugar nas pesquisas até agora.
A população, mesmo as pessoas que não desejam votar no candidato do PSDB José Serra, primeiro nas pesquisas, estão preferindo migrar para o ex-malufista Celso Russomano.
Em Minas, igualmente, o PT vai penar para tentar fazer com que seu candidato em Belo Horizonte , Patrus Ananias, chegue perto do favorito prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, candidato à reeleição com as bênçãos do senador Aécio Neves, do governador Anastasia e do PSB, que lá está coligado com o PSDB.
Nem mesmo a favorita candidata a prefeita de Porto Alegre, Manuela Ávila, do PCdoB, que começou na frente nas pesquisas está conseguindo se segurar no topo.
Já está em segundo lugar.
O primeiro foi ocupado pelo atual prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, do PDT, no qual quase ninguém acreditava mais.
Está certo que, a partir da semana que vem, a campanha eleitoral viverá outro momento por conta do início do guia eleitoral no rádio e na televisão onde vale não só a força do candidato mas também o tempo que ele terá nos meios de comunicação para se comunicar diretamente com o eleitor.
Mas, pelo andar da carruagem, os partidos governistas, sobretudo os que se alinham mais à esquerda, já começaram a colocar as barbas de molho.
Curtas: Vereadores – Para eleger João da Costa há quatro anos, o PT plantou um candidato a vereador em cada esquina do Recife, tão grande era o leque de partidos que o apoiava.
Este ano, o feitiço vai virar contra o feiticeiro.
Quem está com candidatos espalhados pelos quatro cantos da capital é Geraldo Júlio, do PSB, em cuja coligação se encontram mais de 70% dos candidatos a vereador do Recife.
Alegria – Quem tem estado com o senador Jarbas Vasconcelos nos últimos dias tem ficado impressionado com sua disposição para participar da campanha municipal.
Está programando visitas a vários municípios onde o PMDB disputa a eleição com a cabeça da chapa ou em coligação.
Na foto – A decisão do governador Eduardo Campos de liberar a sua imagem para ser usada pelos candidatos a prefeito de todos os partidos que fazem parte de sua base de sustentação criou uma dor de cabeça para o PSB.
Os candidatos socialistas imaginavam usar a imagem do governador como diferencial, mas agora ele aparece em todos os cartazes dos adversários, deixando de lado a primazia imaginada.
Acabou tudo no 0x0.