Joaquim Barbosa bateu boca com ministros (Foto: reprodução da internet) No fim da tarde desta quarta-feira (14), após as sustentações orais das últimas três defesas, tudo se encaminhava para o início das votações dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

Relator da Ação Penal 470 (Mensalão), o ministro Joaquim Barbosa teve a palavra.

Antes do voto, o ministro afirmou que o STF foi agredido por advogados. “Tais declarações ultrapassam o limite da deselegância e da falta de urbanidade que se exige do processo, aproximando-se da pura ofensa pessoal”, disse Barbosa, em resposta aos advogados que, durante as defesas feitas nesta tarde, afirmaram que o ministro não deveria participar do julgamento. “É uma gratuita agressão, cujo objetivo é tentar construir a qualquer custo um quadro de parcialidade na condução deste processo”, afirmou.

A defesa de Enivaldo Quadrado teria dado a entender que o ministro relator Joaquim Barbosa deveria ser impedido de participar do julgamento do caso, por suposta imparcialidade.

Barbosa fez pedido para que seja enviado um ofício à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) relatando os ataques proferidos pelo advogado, Antônio Pitombo.

O ministro Lewandowski pede a palavra e afirma se solidarizar ao relator pelos ataques sofridos, mas em seguida diverge de Barbosa. “O ordenamento jurídico possui instrumentos próprios para que o senhor tome medidas caso sinta que sua honra foi ofendida”, disse.

O advogado Antônio Pitombo, defensor de Enivaldo Quadrado, faz uma aparte para esclarecer que não teve a intenção de agredir Barbosa. “Pode não ter agredido a mim, mas o senhor agrediu a essa Corte a ao Brasil”, protestou Joaquim Barbosa, que foi respondido pelo advogado. “Não foi minha intenção”.

Barbosa rebate. “Não é a minha honra. É a desta Corte”.

O ministro Celso de Mello também entra na discussão, manifestando-se contra posicionamento de Barbosa. “A cláusula de imunidade judiciária assegura ao advogado a efetiva inviolabilidade por manifestações exteriorizadas no exercício da profissão, ainda que supostas ofensas sejam proferidas contra o magistrado”, defende.

Antes de encerrar a discussão, Barbosa ainda dispara: “Justiça que se deixa agredir ou ameaçar por membros de uma determiada guilda, sabemos qual é o seu fim”.

LULA - Os ministros votaram por unanimidade pela não convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para depor no plenário do Supremo Tribunal Federal sobre o caso Mensalão.

O pedido havia sido feito na última segunda-feira (13), pela defesa de Roberto Jefferson (PTB), que acusou o ex-presidente de ter chefiado o Mensalão.

Defesa de Roberto Jefferson afirma que Lula ordenou pagamento do Mensalão Ministro Celso de Mello também discutiu (Foto: reprodução da internet)