O candidato Mendonça Filho (DEM) é outro que vive distante dos filhos.

José (21), Ilanna (20) e Vinícius (18) moram no Rio de Janeiro com os avós maternos.

O democrata só consegue ver os filhos a cada um ou dois meses, mas se falam quase que diariamente por telefone.

Dos três, Ilanna é a que mais se envolve nas campanhas do pai. “É a mais opiniosa”, brinca Mendonça. “Desde que me entendo por gente gosto muito de política”, afirma a jovem que, assim como os irmãos, faz faculdade na capital fluminense. “Acompanhar meu pai foi sempre um hobby.

Estou no Rio mas estou sempre de olho na internet.

E pelo menos uma vez por dia falo com ele.

Gosto muito de ver o que ele está fazendo.

Comento sobre as entrevistas.

Tento dar uma posição neutra, mas confesso que até tenho posições críticas demais.” “Eu critico uns detalhes que acho que pode ser melhorado.

O jeito como ele se reporta na mídia, seja pelos gestos ou palavras que ele usa.

Ele nem sempre concorda, mas sempre me ouve.

Meu pai sabe muito ouvir, respeita muito as minhas opiniões.

Ele também critica o fato de eu estar criticando (risos).

Mas via de regra concordo com o que ele diz.

As posições dele são muito convictas e eu sempre concordo.” Mais sintético, Mendonça repete o discurso da filha. “Ela é muito ‘opiniosa’ (risos).

Defende com paixão as coisas em que acredita.

Muitas vezes concordo, mas outras discordo.

Os outros também emitem opiniões, contribuem, mas ela é a mais ‘opiniosa’”.

A filha valoriza muito a opinião do pai.

As conversas entre os dois são quase que diárias, uma tentativa de suprir o distanciamento geográfico.

No Rio há três anos e meio, por conta da faculdade, Ilanna procura vir ao Recife para se manter em contato com a família e matar a saudade dos pais. “Já sinto essa distância física do meu pai há um tempo.

Então procuro ir ao Recife pelo menos uma vez por mês.

A campanha também conta.

Eu tento estar nos atos, acompanhá-lo mais”, afirma a filha do meio.

A saudade não é só por parte da cria. “Sinto muita saudade do convívio, dos fim de semana juntos, de ver televisão, ver filme, almoçar juntos… dá saudade”, diz Mendonça, em tom nostálgico, que logo completa. “Sinto falta de ver futebol juntos.

Os dois rapazes têm uma característica que considero uma virtude: são tricolores”, disse, sorrindo.

Ilanna é torcedora do Náutico, como a mãe, Taciana.

Apesar das saudades e da correria da vida política do pai, Ilanna não considera Mendonça um pai ausente.

O contrário: ela elogia muito o pai que, de acordo com ela, consegue conciliar muito bem a vida política com a vida familiar. “Com a quantidade de compromissos que ele tem acho que ele sabe balancear muito bem, mas sempre coloca a família em primeiro lugar Ele faz milagre. É um valor nosso.

Ele pode estar em reunião com quem for, políticos importantes ou com o Papa, mas ele procura saber de nós.

Ele nunca deixou de ir num aniversário meu ou em apresentações do colégio.

Ele acompanhou minhas notas, sempre deu opiniões. É um amigo.” Perguntada sobre um momento marcante com o pai, Ilanna lembrou de um momento triste, recente, em que os pais foram fundamentais para dar suporte aos filhos. “A imagem mais marcante que tenho do meu pai é de quando perdi meu avô (José Mendonça).

Foi um momento muito difícil, ano passado.

A gente se acolheu e se ajudou muito.

O meu avô era muito presente. É um momento de dor, mas é o mais marcante”, disse a filha.

Para o pai, os momentos mais marcantes foram três: os partos dos filhos. “Assisti aos três partos.

A hora do parto é de uma alegria extrema, de emoção muito grande”, lembrou.

E quando a pergunta é o dia dos pais, Mendonça não foge à regra. “A presença deles é o maior presente que posso receber”, afirmou o pai, antes de lamentar que um dos filhos não possa estar presente. “Só Ilanna e José estarão aqui no domingo.

O Vinícius esteve aqui até há pouco, foi embora semana passada”.

E o presente? “Aí você me pegou”, disse, entre risos, a filha, que ficará no Recife até a segunda-feira. “Ainda não sei.

Já tive uma ideia, mas como ainda não tenho certeza, prefiro ficar quieta e manter como surpresa”.

O democrata não tem agenda política para este domingo. É dia de curtir a família.

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