Otávio Luiz Machado* A última pesquisa eleitoral divulgada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau e Jornal do Commercio trouxe resultados esperados e inesperados, o que significa que estamos falando numa eleição que não podemos dar certeza alguma de quem de fato vai ser o vencedor. É uma eleição da incerteza total, onde cada momento poderá nos surpreender de uma forma incrível.

Já era esperada a subida da preferência dos pesquisados pelo nome de Geraldo Júlio, mas não a ligeira queda de Humberto Costa, o que também indica a confusão do eleitor na hora de escolher o seu candidato, que não está somente no vai e vem das preferências, mas também pelo alto número de brancos, nulos, não sabe ou não respondeu.

Não se sabe precisar se a queda de Humberto Costa é tendencial, mas a subida de Geraldo Júlio, sim, mas não se pode dizer no momento até quanto e até quando ele vai subir nessa velocidade incrível.

Se de um lado temos na pesquisa estimulada cerca de quase 30% dos que não escolheram seus candidatos ou não sabem quem o seria nesse momento, na pesquisa espontânea o número é vistoso: 50%.

Até o momento podem falar que os discursos desses dois candidatos não mudam, sempre associados à exaustão aos seus padrinhos Eduardo Campos (no caso de Geraldo Júlio), Dilma e Lula (no caso de Humberto Costa).

O candidato Geraldo Júlio até se repete, pois quando foi inaugurar dois comitês de candidato à vereador (um pelo PC do B e outro pelo PMDM) mal chegou e foi dizendo que queria começar fazendo um pedido já lançando um “pedido” de votos aos candidatos a vereadores anfitriões.

Enquanto Geraldo Júlio toca mais no futuro e no cotidiano das pessoas, Humberto Costa foca mais na história e nas questões mais gerais que não passam necessariamente pelo cotidiano das pessoas, o que passa a imagem de não ter propostas.

Mas isso parece que está mudando com a inserção de alguns vídeos na internet que, embora tenham sido em ambientes fechados e o ideal seria no calor do ritmo da cidade in loco, também não deixa de ser válido como forma de falar da cidade e permear suas propostas.

As militâncias dos dois candidatos, enfim, parece que estão numa disputa mais equilibrada em termos de animação, mas é fundamentar salientar que Geraldo Júlio tem muito mais gente pedindo voto para ele diante do maior número de apoios, de candidatos a vereador ao seu lado e de uma estrutura de campanha com um volume muito maior do que a de Humberto Costa. /> /> /> No caso das máquinas de governo à disposição, podemos falar que até o momento Geraldo Júlio leva uma certa vantagem, porque o Governo Eduardo Campos está praticamente todo em peso ao seu lado.

No caso da Prefeitura, que seria uma vantagem enorme para Humberto Costa, o que se vê é o prefeito João da Costa e seus auxiliares muito distantes, o que não acontece na máquina federal, com uma solidariedade muito forte a Humberto.

A Presidenta Dilma se vier pessoalmente fazer campanha para Humberto Costa, isso será no segundo turno, mas Lula pode vir a qualquer momento.

Ele muda o rumo de uma eleição.

No final de seu mandato mandou o candidato ao Senado Marco Maciel para casa e elegeu seus dois candidatos.

No caso do governador Eduardo Campos, que também muda o rumo de uma eleição como essa em Recife, o que se vê é que ele não entrou nessa para perder e muito menos só para marcar posição.

A qualquer momento ele também poderá se dedicar ainda mais pessoalmente à campanha. É uma eleição onde qualquer “vacilo” tira qualquer candidato do páreo.

Só cito aqui o exemplo de Ciro Gomes que rumava bem para o segundo turno de uma eleição presidencial e caiu em desgraça ao dizer que a função da sua esposa simplesmente era dormir com ele e nada mais.

A indefinição do Prefeito João da Costa e seus principais auxiliares não é bom para o PT e muito menos para eles próprios.

Não sei como o prefeito raciocina caso reflita como será visto pela história, mas virar as costas para o PT é trair sua trajetória pessoal e política, porque a política é muita das vezes bem vista com os gestos de grandeza e não da pequenez política.

Por mais promessas que João da Costa e seus auxiliares tenha recebido de outros partidos, é bom dizer que não haverá espaço para eles por lá, pois os espaços estão quase todos preenchidos ou prestes a isso.

Se o PT perder em Recife fica inviabilizado para 2014 no Estado de Pernambuco, com raras chances de se eleger para as cadeiras da Assembléia Legislativa. É bom que se diga que o PSB está resgatando antigos aliados e ao mesmo tempo formando novos quadros que serão preparados até lá.

O que se vê é uma eleição dura para qualquer candidatura, mas continuo a afirmar que além dessas duas candidaturas há espaço para que as demais ganhem corpo e até vençam as eleições, que decisivamente terá dois turnos.

De qualquer modo os reflexos dessas eleições haverão de deixar pontos de influência para 2014.

Quem viver, verá! *Educador, pesquisador, escritor e documentarista.

E-mail: otaviomachado3@yahoo.com.br