Foto: reprodução da internet A segunda sessão pública da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara que investiga a morte de Padre Antônio Henrique durante a ditadura será realizada nesta quinta-feira (16), a partir das 9h, na sede da OAB-PE.

O assessor político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre José Ernanne Pinheiro, vem de Brasília para colaborar com os membros da Comissão.

O sacerdote católico foi um dos principais assessores de Dom Helder e exercia a função de vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife quando o padre Henrique foi assassinado.

A ouvida subsidia o trabalho de resgate histórico do que ocorreu e que, até hoje, não foi esclarecido.

O relator é o advogado e membro da CEMV, Pedro Eurico.

A abertura do encontro é presidida pelo coordenador, Fernando Coelho.

A sessão é aberta ao público. “O depoimento do padre Ernanne é muito importante.

Ele pode situar a ação pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife nos anos de chumbo da ditadura militar.

Com a radicalização do regime, a Igreja Católica passou a assumir papel de liderança no enfrentamento às atrocidades praticadas neste período.

A Comissão Estadual buscará captar o sentimento da Igreja do Recife sobre o período do regime militar”, explica o secretário-geral da Comissão e presidente da OAB-PE, Henrique Mariano.

A primeira sessão foi realizada no dia 31 do mês passado.

Na ocasião, foi ouvido Jorge Tasso de Souza, que atuou como advogado da assistência de acusação, ao lado do irmão Fernando Tarso, no caso do Padre Henrique. “A confusão provocada pela polícia civil de Pernambuco está evidente nos autos.

Tumulto sob a “coordenação” de Bartolomeu Gibson.

O padre morreu e até hoje ninguém foi culpado pelo assassinato”, desabafou Tasso.

O processo do padre Henrique tem 3.394 páginas e está dividido em 13 volumes.

Ele foi sequestrado no dia 26 de maio de 1969, no Recife, após uma reunião com um grupo de jovens católicos.

No dia seguinte, o religioso foi torturado até a morte.

O corpo foi encontrado em um matagal da Cidade Universitária.