Foto: Agência Brasil Da Agência Estado O advogado Délio Lins e Silva Júnior usou para o seu cliente, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, a mesma justificativa dada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se desvincular do mensalão.
Para a defesa, se é possível acreditar que Lula “não sabia”, o mesmo deve ser aplicado a Jacinto.
O argumento foi apresentado no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Valdemar recebeu dinheiro por presidir PL, diz defesa Defensor pede anulação do processo do mensalão STF inicia o sétimo dia de julgamento do mensalão “Existe uma pessoa que disse que o presidente sabia de tudo: o ex-deputado Roberto Jefferson.
Por que é tão fácil acreditar no presidente Lula, mesmo com depoimento dizendo que ele sabia, e tão difícil acreditar em Jacinto Lamas de que ele não sabia e não tendo depoimento em contrário?”, disse Silva Júnior.
O advogado citou a expressão usada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que o esquema acontecia “entre as quatro paredes do Palácio do Planalto” para questionar a falta de critério do Ministério Público. “Quero falar sobre o presidente Lula.
Não estou a dizer que deveria figurar nessa denúncia.
Ele não sabia de nada sobre esse suposto esquema do mensalão.
O que questiono é a ausência de critério do Ministério Público.
Se entre as quatro paredes do Planalto, segundo o procurador-geral, eram feitas as tratativas, quem seria o maior beneficiário?
O chefe da nação, o presidente Lula”.
O advogado afirmou que mesmo que o esquema tenha existido, seu cliente não participou.
Disse que Jacinto apenas agia como mensageiro de Valdemar da Costa Neto, então presidente do partido.
Hoje, o deputado é secretário-geral do PR, partido que sucedeu o PL. “Quem mandava e desmandava naquele partido, como manda e desmanda até hoje, era o deputado Valdemar da Costa Neto, desde a compra de uma caneta e um café até reuniões políticas e direcionamento de votações num sentido ou outro.
Jacinto era um zero à esquerda em termos políticos.
Valdemar mandava também nas finanças, o papel de tesouraria do Jacinto era figurativo”, disse o defensor.
Silva Júnior usou depoimentos do próprio Valdemar para dizer que os sete saques realizados por Jacinto Lamas foram feitos por ordem do deputado.
Disse ainda que o ex-tesoureiro não participou da elaboração de um falso contrato entre a empresa Garanhuns e a SMP&B, de Marcos Valério.
Foi pela Garanhuns que mais recursos foram encaminhadas ao PR.
O advogado afirmou que o STF precisa fazer a distinção entre “mensageiros” e “mensaleiros” e afirmou que seu cliente vem sendo tratado como condenado nos últimos sete anos por ser réu no processo.