Foto: reprodução da internet A defesa do advogado que prestava serviços a Marcos Valério, Rogério Tolentino, argumentou - durante quarto dia de julgamento do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta terça-feira (7) - que o acusado nunca foi sócio, dirigente nem gestor de empresas de Marcos Valério. “Esta associação foi feita pelo Ministério Público ao montar um roteiro próprio de novela das oito, que puxou por aqui, puxou por ali e acabou chegando no astronômico número de 40 denunciados.

A confusão é tão grande que colocaram Marcos Valério e Rogério Tolentino como sócios, quando eles nunca foram.

Acusação é ruim e fraca”, criticou o advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva.

Rogério é acusado de participar das negociações dos empréstimos junto a bancos para abastecer o cofre do esquema e de ajudar a montar o esquema e responde por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

A defesa confirmou que o advogado tomou um empréstimo de R$ 10 milhões no BMG, mas afirmou que ele o fez a pedido de Marcos Valério, que calçou o financiamento. “Então Rogério pegou três cheques em branco, apenas assinados, e deu para Marcos Valério, que pediu a Simone Vasconcelos [ex-diretora da SMP&B] que preenchesse e repassasse a três políticos do PP.

Ele não sabia para onde iriam os cheques”, refutou.

O advogado ainda disse que Tolentino foi fazer “turismo remunerado” em uma viagem a Portugal em que acompanhou Valério para encontros com o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta. “Ele nem chegou a participar das reuniões.

Deve ter comido um belo bacalhau no João do Grão e até uns pastéis de Belém.

Vinho, não, que ele não bebe”, disse Paulo Sérgio Abreu e Silva.

A defesa também admitiu que o cliente recebeu recursos de um caixa dois da SMP&B por seus honorários advocatícios. “Ele responde a um processo na Receita Federal por causa disso”, afirmou.

Porém, o advogado negou que tenha havido lavagem de dinheiro.

Sobre a pressão da sociedade para que os réus sejam condenados, o advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva pediu, citando um artigo do site Consultor Jurídico, que “Justiça seja feita mesmo que o céu venha abaixo”.