A atividade industrial cresceu em junho frente a maio.
O faturamento teve alta de 2,9%, as horas trabalhadas aumentaram 1,8% e o emprego cresceu 0,3% no período, descontados os efeitos sazonais.
As informações são dos Indicadores Industriais, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira, 7 de agosto.
Somente a utilização da capacidade instalada ficou estável em junho frente ao mês anterior, com queda de apenas 0,1 ponto percentual no período, descontados os efeitos sazonais.
Conforme a pesquisa, a indústria operou, em média, com 80,8% da capacidade instalada em junho, o menor patamar desde setembro de 2009.
De acordo com os Indicadores, a alta da atividade em junho é modesta e não reverte a perda no segundo trimestre do ano, quando comparado ao trimestre anterior.
No segundo trimestre, as horas trabalhadas caíram 0,2%, o emprego recuou 0,3% e a utilização da capacidade teve queda de 1 ponto percentual em relação aos três primeiros meses do ano.
Apenas o faturamento aumentou no segundo trimestre frente ao primeiro trimestre.
A alta do indicador foi de 1,9% no período. “O crescimento do faturamento reflete muito mais a presença de importados nas vendas da indústria brasileira do que uma melhoria no quadro do setor”, avaliou o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Segundo ele, a indústria brasileira opera em um cenário desfavorável, em que a retração da demanda mundial e antigos problemas estruturais do Brasil, como a elevada carga tributária e a infraestrutura deficiente, tiram a competitividade do produto brasileiro nos mercados interno e externo.
EMPREGO ESTÁVEL - No primeiro semestre deste ano, a atividade industrial também recuou na comparação com igual período de 2011.
As horas trabalhadas na produção caíram 1,4% e a utilização da capacidade instalada recuou 1,2 ponto percentual no período.
O faturamento teve alta de 3,1% e o emprego ficou estável nos seis primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado.
A fraca atividade da indústria não foi acompanhada pelos salários, que registraram crescimento de 6,8% no primeiro semestre de 2012 frente aos seis primeiros meses do ano passado.
Esse aumento, na avaliação de Castelo Branco, é resultado, especialmente, do reajuste do salário mínimo e da baixa taxa de desemprego no país.
Além disso, ele explicou que a falta de mão de obra qualificada e os altos custos de contratação e dispensa de trabalhadores ajudam a manter a estabilidade no emprego. “Há uma expectativa de reação da atividade no segundo semestre.
Por isso, a tendência é que as empresas mantenham o quadro de trabalhadores”, disse o economista.
Para a maioria dos setores, houve queda na atividade no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado.
Dos 19 setores analisados, 15 tiveram recuo nas horas trabalhadas e 11 tiveram redução na utilização da capacidade instalada.
Em sete setores, as horas trabalhadas caíram mais que 5%.
As maiores quedas foram registradas na indústria de couros e calçados (-6,6%), de produtos de metal (-6,2%) e de têxteis (-5,8%).
A queda no indicador de utilização de capacidade instalada foi mais acentuada no setor de equipamentos de transporte, que registrou recuo de 6,6 pontos percentuais