Mesmo fazendo elogios públicos ao governador Eduardo Campos, o candidato do PR em Ipojuca, Miguel Sales, fez declarações, no programa CBN Total, com Aldo Vilela, que podem ser interpretadas como críticas indiretas ao socialista, que está apoiando o tucano Carlos Santana, nas eleições locais, agora em 2012.

Miguel Sales disse inicialmente que o apoio de Eduardo Campos a Santana era formal, para depois lembrar que ajudou a eleger Eduardo Campos governador quando ele tinha apenas 4% dos votos, na primeira eleição para governador. “Nesta época, Carlos Santana estava votando em Mendonça Filho e em Geraldo Alckmin”, pontuou.

No entanto, possivelmente contando com apoio do Palácio das Princesas caso tenha melhor sorte nas eleições, Miguel Sales preferiu não criticar o governador quando lembrado da formação da sua chapa.

Ele disse não saber os motivos pelos quais o prefeito do Cabo, Lula Cabral, retirou o nome do irmão, Tio Cabral, como um dos postulantes a vice na sua chapa.

Com a confusão, o PR de Ipojuca acabou tendo que colocar o nome de Vinicius Magalhães, do PC do B, filho de Miguel Sales, opção depois descartada em favor de Luis Augusto, do próprio PR.

No ar, Miguel Sales preferiu criticar a transparência da gestão municipal. “É pior do que era Jaboatão dos Guararapes”, disse. “Custa saber o custo das coisas em Ipojuca. É tudo por debaixo dos panos”, frisou.

Nesta hora, Miguel Sales acusou o Tribunal de Contas do Estado e o próprio poder Judiciário de falharem na fiscalização das contas municipais. “Falta uma investigação mais eficaz.

Eles contam com cobertores muito fortes para evitar a fiscalização.

Entra dinheiro do governo federal e as obras continuam paradas.

Se fosse feita uma fiscalização verdadeira, como em uma casa… se entra 100, pelo menos tinha que ficar 50”, comparou, afirmando que a gestão municipal recebe cerca de R$ 1,5 milhão por dia, em receitas próprias.

No ar, Miguel Sales ainda acusou o prefeito Pedro Serafim de promover-se com os empregos gerados pelo Estado, com os projetos estruturadores. “Ele vende como dele as obras de Suape.

Só falta ele dizer que criou a praia de Porto de Galinhas” Coice em Paulo Varejão Ex-promotor de Justiça na cidade por 12 anos, em 2010, Miguel Sales chegou a candidatar-se a deputado federal, mas não se elegeu, ficando na terceira suplência do partido, o mesmo de Inocêncio Oliveira.

Ele ficou famoso ao defender, quase como um advogado, os kombeiros Marcelo José e Valfrido Lira, acusados, e depois inocentados, pela morte das jovens Tarsila Gusmão e Eduardo Dourado, em Serrambi.

Nesta época, ainda no MPPE, o então procurador Geral Paulo Varejão entrou em atrito com Sales e chegou a afirmar que o colega representava uma vergonha para o MPPE, por supostamente usar os holofotes do caso con fins políticos. “Ele (Varejão) me acusou de usar o MPPE como trampolim político.

Hoje ele é candidato a prefeito em Jaboatão dos Guararapes.

Ele está usando o MP, interrogação”, frisou, em uma crítica velada, indireta.

Como a questão da saúde aparece nas pesquisas como um dos principais problemas, Miguel Sales disse que iria construir UPAs nos distritos.

Prometeu até mesmo usar PPPs para cuidar do saneamento, que ainda falta no balneáreo mais famoso do Estado.