Foto: reprodução No quarto dia de julgamento do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (7), o advogado da ex-diretora financeira da agência do empresário Marcos Valério SMP&B, Simone Vasconcelos, confirmou que ela usou carro forte para transportar o dinheiro usado no esquema - como afirmou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na sua acusação -, mas negou que ela soubesse que o montante era ilícito.
Simone é acusada de distriuir dinheiro e dar instruções ao Banco Rural e respondia por formação de quadrilha, corrupção ativa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. “Ela tinha medo de sair com o dinheiro.
Claro.
Era muito dinheiro e não era dela.
Saidinhas de banco acontecem a toda hora.
Então, ela usava carro forte, sim, e por ordem do patrão.
Uma vez, ela questionou Marcos Valério: “por que não mandar DOC?” E a resposta dele foi “porque tem que ser assim””, contou o advogado Leonardo Yarochewsky.
O defensor declarou que, apesar de Simone ostentar o cargo de diretora financeira, não tinha autonomia. “Até para comprar uma bala ela precisava de autorização. É comum ter mais diretor do que funcionário em uma agência de publicidade.
Ela trabalhava no sétimo andar, abaixo de onde ficavam os sócios, lugar que era conhecido como “porão”, pela sua simplicidade.
Lá ficava um aglomerado de pessoas”.
Leonardo confirmoi que a ex-diretora entregou várias quantias em dinheiro para parlamentares, mas argumentou que ela não sabia quem eram as pessoas.
O defensor também questionou o fato de a acusação recorrer a colunas e reportagens de jornais e não em provas concretas. “Ela devia configurar no máximo como testemunha deste processo.
Eu nunca vi alguém assaltar um banco e se identificar, mostrar sua cara.
E ela dava sua carteira de identidade quando ia ao banco.
O que mais se fez neste procesos foi resposabilizar pessoas pelos cargos que ocupavam e ser punido pelo que era remota a Idade Medieval”, questionou.