Foto: Agência Brasil O Mensalão do PT acaba de se aproximar do Recife.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, revelou, durante segundo dia de julgamento do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (3), que o Banco Rural não deu R$ 32 milhões de graça ao PT, para financiar o esquema.
Ele disse que o banco fez essa generosidade porque esperava receber mais de R$ 1 bilhão com o levantamento do Banco Mercantil de Pernambuco. “Assim, o ganho superava em muito o dispêndio (com o Mensalão)”.
Na apresentação que faz neste momento, Gurgel revelou que o próprio publicitário Marcos Valério foi inumeras vezes ao Banco Central tratar da operação, que interessava ao banco mineiro, que comprou a parte boa do banco pernambucano, quando de sua quebra, depois do fim da inflação, com o Plano Real.
Gurgel disse que José Dirceu sabia das negociações com Marcos Valério.
Procurador-geral diz que até carro-forte era usado para transportar dinheiro do Mensalão Roberto Gurgel faz duras acusações a José Dirceu: nada acontecia sem o aval dele Em sua acusação, Roberto Gurgel diz que tese da defesa de que Mensalão não existiu é risível Relembre o escândalo: Relatório Superada a questão de ordem com a rejeição do pedido de desmembramento, o ministro Joaquim Barbosa, relator da AP 470, apresentou de forma resumida seu relatório, cuja íntegra tem 122 páginas e está disponível aos interessados desde dezembro de 2011.
O relatório contém os crimes imputados aos réus na denúncia formulada pela PGR (formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira), os principais pontos da acusação e das defesas, e um resumo da tramitação do processo desde o oferecimento da denúncia no Inquérito 2245, convertido na Ação Penal 470.
A denúncia foi recebida pela Corte em 2007.
Encerrada a sessão plenária desta quinta-feira (2) após a leitura, pelo ministro Joaquim Barbosa, do resumo de seu relatório, o julgamento da Ação Penal (AP) 470 pelo Supremo Tribunal Federal foi retomado nesta sexta (3), às 14h, com a manifestação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Ele disporá de até cinco horas para fazer a sustentação oral da acusação dos 38 réus.
Pelo cronograma previsto, a manifestação do procurador-geral ocorreria na primeira sessão de julgamento do processo.
A defesa do réu José Roberto Salgado, no entanto, suscitou questão de ordem na qual pedia o desmembramento do processo em relação aos acusados sem prerrogativa de foro no STF.
A análise desse pedido, que foi endossado no plenário pelos advogados dos acusados Marcos Valério e José Genoíno, adiou a exposição do procurador-geral.