(Foto: Divulgação) Da Agência Estado Autor intelectual da tese de que o mensalão foi apenas uma operação de caixa dois eleitoral - e não compra de apoio político - e artífice da tentativa de desmembrar o processo de mensalão que retardaria o julgamento, o advogado Marcio Thomaz Bastos foi a estrela na inauguração do julgamento do caso ontem.
Relembre o escândalo e os desdobramentos do Mensalão Confira a íntegra do relatório do caso Mensalão Exibiu carisma, foi reverenciado pelos ministros da Corte e idolatrado pelos colegas defensores.
Perdeu a primeira batalha - a questão de ordem pela separação dos autos do mensalão.
Mas acirrou os ânimos e criou cizânia entre o relator e o revisor do caso.
Thomaz Bastos não deve recuar em sua estratégia na defesa do executivo José Roberto Salgado, do Banco Rural - denunciado como integrante do núcleo financeiro do esquema, a Salgado são atribuídos os delitos de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. “O desmembramento (do processo do mensalão) eu acho que devia ter sido feito, mas a discussão de hoje foi muito frutífera e acredito que tenha provocado uma reflexão criativa, vai ter reflexos nas futuras decisões da Corte”, ponderou o advogado.
Natural - A passos lentos, mas seguro em seus 77 anos, a beca de sempre pendurada no braço direito, o ex-ministro da Justiça do governo Lula deixou o plenário do Supremo às 18 horas, quando o presidente da Corte abriu intervalo de meia hora.
Marcado de perto pelos jornalistas, cortejado pelos bacharéis, deu a volta no edifício e caminhou até o Anexo I. “Aqui tem uma lanchonete, preciso comer um sanduíche.
Até logo.” A meta era alcançar a prescrição com o pedido de desmembramento dos autos?, lhe foi perguntado. “Não, nem um pouco.
O que eu disse na sustentação é verdade, se manda isso para um juiz (de primeiro grau) é capaz de ele julgar mais depressa do que uma Corte.” Relata que levou ao STF cópias do memorial - peça final - com as ponderações acerca do Pacto de San José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário, que garante ao acusado duplo grau de jurisdição. “Foi no fim do ano passado, entreguei para alguns pessoalmente.
Senti alguma receptividade.
Eu acho que tenho razão nesse caso.” A quais ministros entregou? “Entreguei para alguns, para a Rosa (Weber), o ministro Marco Aurélio, (Luiz) Fux.” Decepcionado com o resultado? “Não, eu tinha poucas esperanças.
Mas achei que devia colocar (a questão de ordem) porque é um tema importante para a Corte, não é?
Ela é a guardiã da Constituição.” Com habilidade, não alimentou o entrevero entre Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski. “É natural.” Evitou polêmica sobre o impedimento do ministro Dias Toffoli. “Ele votou (a questão de ordem), ninguém arguiu (suspeição).
Não vejo mais condições para que se levante a suspeição.
Ele (Toffoli) já tinha votado antes questões de ordem.
Acho que acabamos com essa demanda.” Bom que Toffoli prossiga? “Não sei, vamos ver com o voto dele”, respondeu, com um largo sorriso.
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