A Assembleia Legislativa marcou uma audiência pública, para a próxima terça-feira (07/08), às 14h, na Escola Técnica de Timbaúba, para discutir a situação da Usina Cruangi.
A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Aloísio Lessa, depois de uma reunião com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e o Governo do Estado, na última terça-feira.
Ele disse estar preocupado com o atraso dos salários dos mais de dois mil empregados da empresa e com a possibilidade de a usina não funcionar mais este ano, por causa da dívida que acumula com produtores e trabalhadores.
O parlamentar afirma que a Assembleia não pode ficar omissa diante dessa crise, e precisa evitar que aconteça com a Cruangi o que ocorreu com a Usina Catende.
Lessa informou que a audiência pública deve ser uma ação conjunta, entre as Comissões de Agricultura e de Desenvolvimento Econômico, e deve contar, também, com a presença dos secretários estaduais de Agricultura, Ranilson Ramos, e da Casa Civil, Tadeu Alencar.
Para entender o caso da Usina Cruangi Os trabalhadores e as trabalhadoras rurais estão desde o mês de maio sem receber salários.
Várias manifestações foram realizadas, a exemplo da que aconteceu nos dias 30 e 31 de julho, quando mais de 500 canavieiros e canavieiras ocuparam o pátio da Usina para exigir o pagamento dos salários atrasados e outros direitos trabalhistas.
Eles também interditaram a BR 408.
A ocupação da Usina só foi realizada depois que a Fetape e os Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs) fizeram várias tentativas de negociação com os empregadores, mas sem sucesso.
O argumento dos administradores da Cruangi para o atraso dos salários é o fato de o Tribunal Regional Federal ter bloqueado todo o patrimônio físico e financeiro da usina, por conta de dívidas tributárias com a União.
No dia 31 de julho, houve uma reunião dos sindicalistas com o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, e os Deputados Aluísio Lessa, Maviael Cavalcanti e Antônio Moraes, que se comprometeram em direcionar todos os esforços possíveis na intermediação do diálogo da classe trabalhadora com os gestores da Usina e até com o Poder Judiciário, caso seja necessário.
Na tarde do dia 31, A Fetape e os STTRs que têm trabalhadores/as empregados na empresa protocolaram no Incra/SR03, um pedido de desapropriação das terras da Usina para fins de reforma agrária.