Foto: BlogImagem Uma verdadeira batalha judicial formou-se em torno da eleição para escolher a nova diretoria e Conselho Fiscal do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco (Sindmetal-PE).

O atual presidente e candidato a reeleição, Alberto Alves dos Santos, conhecido como Betão, venceu o pleito realizado entre os dias 5 e 7 de julho com 80% dos votos, mas está sendo acusado pela chapa adversária - encabeçada por Enoque Amâncio - de fraudar a lista de associados aptos a votar. “Antes da eleição, tivemos reuniões mediadas pelo procurador do Trabalho Fábio André de Farias.

Lá, ficou decidido que todos os associados quites com o sindicato votariam, mas a Chapa 2 propôs que metalúrgicos de apenas 22 empresas votassem”, explicou Betão.

A Chapa 2, que não participou do processo eleitoral, entrou na Justiça do Trabalho para anular o pleito.

A procuradora do Trabalho Adriana Evangelista deu um parecer afirmando que Betão não entregou a lista de votantes dentro do prazo previsto, e, baseado nesta análise, a juíza da 17ª Vara do Trabalho, Valquíria Carvalho, anulou a eleição. “A procuradora deu um parecer recheado de equívocos e desdisse tudo o que o procurador que mediou as conversas antes da eleição tinha acordado.

Eu precisava ser entregue a lista com 10 dias de antecedência.

Eu entreguei a lista no dia 22 de junho e a eleição começou no dia 5.

Estão me acusando de fraude.

Eu chamei o procurador do Trabalho para apurar a eleição.

Quando alguém desonesto faria isso?.

Não temos medo de eleição”, criticou Betão.

Com a confusão, a campanha salarial da categoria, que conta com 50 mil trabalhadores no Estado (nem todos sindicalizado), está emperrada. “Todos os anos entregamos nossas reivindicações em agosto, mas certamente não dará tempo de entregar em agosto este ano.

Vale lembrar que, desde que assumi a presidência, no acumulado de cinco anos, conseguimos reajuste salarial de 27%, enquanto a inflação do período foi de 16%”, destacou Betão, que cumpre o quatro mandato a frente do Sindmetal.

Para Enoque Amâncio, candidato da Chapa 2, está clara a fraude. “Ele [Betão] só apresentou 20 fábricas aptas a votar.

São mais de 400 no Estado, nem todas elas têm sócios, mas os números de pessoas que ele apresentou não bate com os nossos, é menor.

Ele quis ganhar na rasteira e não aceitamos isso”, declarou.

Sobre isso, Betão lembra que a Chapa 2 defendeu durante as reuniões de mediação com o procurador do Trabalho que metalúrgicos de apenas 22 empresas votassem.

No fim das contas, a Justiça do Trabalho determinou que fosse feita uma nova eleição.

Na quinta-feira (2), um recurso apresentado por Betão será julgado pelos desembargadores da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-6) da 6ª Região.

Procurado pela reportagem, o MPT declarou que não vai se pronunciar neste momento.