Da Agência Estado O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Alexandre Hohagen, lançaram nesta segunda-feira (30) no Brasil uma ferramenta que permite ao usuário da rede social se declarar doador de órgãos.
Na prática, isso não muda em nada a regra de hoje, e a decisão de doar continuará nas mãos da família.
Por enquanto, só conseguirá adicionar esse status de doador quem já aderiu à “linha do tempo” do site, versão mais nova e completa de perfil de usuário.
Mas nas próximas semanas a empresa migrará compulsoriamente o perfil de todos os usuários que ainda não usam o novo formato.
Mesmo assim, o ministro defendeu que o Facebook servirá como “mais um instrumento para que se possa deixar claro em vida a parentes e amigos o desejo de ajudar”.
Padilha afirmou ainda que com essa ação, quer promover um burburinho em torno do assunto e aproximar o tema dos jovens, maioria entre os que navegam no site.
A ferramenta já foi lançada nos Estados Unidos em maio e começa a se espalhar por outros países.
Mas esta é a primeira vez que um governo federal se engaja na divulgação - e com direito a confecção de camisetas do ministério personalizadas com “joinha”, em alusão à opção “curtir” do Facebook.
Para ativar a nova ferramenta, o usuário deve acessar sua “linha do tempo”, clicar em “evento cotidiano”, selecionar “saúde e bem-estar”, optar por “doador de órgãos”, escolher o grau de privacidade e salvar.
Enquanto incentiva a doação de órgãos via Facebook, o Ministério da Saúde comemora os novos dados: o número de transplante no Brasil aumentou 37% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2011- 7.993 contra 5.842 procedimentos.
Nesta mesma comparação de tempo, o número de doadores também cresceu 29%, atingindo a média de 13,6% doadores por milhão de pessoas.
Essa porcentagem supera a meta da Pasta, marca esperada só para 2013.
No ano passado, o índice era de 11,4 doadores por milhão de pessoas.
Entre os órgãos, o destaque vai para os transplantes de coração, que aumentaram 61% de janeiro a abril deste ano, comparando-se com o mesmo período do ano passado.
O transplante cardíaco era o que apresentava o crescimento mais tímido, devido à complexidade da operação - o órgão suporta apenas quatro horas fora do corpo humano, o rim, por exemplo, suporta até 36 horas.
O ministro credita esses avanços aos investimentos feitos por sua Pasta.
Especialmente pela criação de novas Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos, os chamados OPOs, que no ano passado eram dez e, este ano, são 62.
Essas associações capacitam profissionais, divulgam informações e mapeiam a existência de doadores.