Foto: divulgação/Prefeitura de Jaboatão Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem Juliane Menezes, do Jornal do Commercio É consenso que as eleições são imprevisíveis, e muitos candidatos considerados favoritos já amargaram grandes derrotas.
Diante desse terreno desconhecido, entretanto, manter uma grande estrutura política é fundamental.
Dentro desse contexto, os prefeitos das cidades com os maiores colégios eleitorais de Pernambuco depois do Recife – Elias Gomes (PSDB), em Jaboatão dos Guararapes, e Renildo Calheiros (PCdoB), em Olinda –, ambos concorrendo à reeleição, estão em uma situação bastante confortável em relação aos seus adversários.
Sustentando a fama de grandes articuladores políticos, os dois candidatos formam verdadeiros superpalanques.
O tucano Elias reúne em torno de sua candidatura o apoio de 14 partidos, mesmo número que o governador Eduardo Campos (PSB) agregou para Geraldo Julio (PSB) no Recife.
Renildo, por sua vez, não só manteve a Frente Popular unida em Olinda como também uniu 21 partidos, entre eles o PT e o PSB, superando as divergências entre os partidos na capital, que em muito momentos refletiram na cidade vizinha.
Enquanto isso, seus dois adversários, Izabel Urquiza (PMDB) e Armando Sérgio (DEM), apresentam palanques mínimos: ela, com 3 partidos, e ele com o DEM isolado.
No caso de Elias, apesar de ele ter sete adversários na disputa de Jaboatão, apenas dois formam coligação: o Pastor Cleiton Collins (PSC), com uma frente de cinco partidos, e Paulo Bartolomeu (PRB), apoiado apenas pelo PT.
Em termos de campanha eleitoral, o superpalanque garante a Renildo o maior tempo de guia eleitoral de TV do Estado (Jaboatão não possui guia de TV), com 18 minutos e 46 segundos dos 30 minutos destinados ao guia, de acordo com os cálculos do economista Maurício Romão.
Vale lembrar que é um consenso entre marqueteiros e cientistas políticos que o guia é a mais poderosa arma para a obtenção de votos.
Tendo em vista isso, embora esteja com uma leve agenda de campanha e em geral restrita a ambientes fechados, por enquanto, Renildo já está produzindo seu guia, e quando ele começar a ser exibido na TV, intensificará sua agenda de candidato.
Assim como Renildo, também Elias está com uma agenda bastante tranquila – já chegou inclusive a passar quase uma semana sem realizar nenhuma atividade voltada para a campanha.
Enquanto isso, seus adversários se desdobram em caminhadas dia e noite pelas comunidades.
Tanto Elias quanto Renildo argumentam que diferente dos demais, eles não são só candidatos, mas são prefeitos e precisam também cuidar da cidade.
Embora tentem disfarçar a vaidade diante de conseguirem reunir tantas condições favoráveis, tanto Renildo quanto Elias tentam demonstrar cautela e dizer que a eleição será dura. “Não existe eleição fácil”, é o mantra repetido por ambos.
Renildo, embora tente se mostrar modesto, afirma que os apoios não tem a ver com a articulação política, mas com uma aprovação ao seu modelo de gestão. “Você acha que por que eu tenho tantos apoios?
No fundo, todo mundo reconhece que eu trabalho muito”, defende.
Ambos os prefeitos não negam que as condições políticas ajudam, mas o que vai valer é a aprovação do povo em relação à atual gestão – que, garantem, estão seguros de terem feito muitas obras e muitos avanços durante seus mandatos.
Não é a toa que nos bastidores se diz que nas duas cidades as eleições serão na verdade, plebiscitos – o “sim” ou o não” para a gestão. É nesse ponto que as oposições dizem que farão a diferença, pois avaliam que há uma forte rejeição aos prefeitos.
Cleiton Collins, principal adversário de Elias Gomes nas urnas, avalia que há um sentimento de mudança nas ruas e uma grande insatisfação em relação a obras inacabadas na cidade. “Eleição não tem que ter condição política, tem que ter o governo aprovado”, garante.
Já Izabel, mais forte opositora de Renildo, não só afirma que as pessoas estão insatisfeitas como assegura que muitos dos partidos que seguem com ele estão, na verdade, divididos.
Segundo ela, vários candidatos a vereador filiados a partidos que estão na Frente Popular de Olinda na chapa majoritária a procuraram oferecendo apoio.