O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na noite desta terça-feira (25/07) que o fundo criado pelo país destinado ao Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul) terá ter um aporte inicial de 500 milhões de dólares.

A informação foi divulgada em uma entrevista coletiva no Palácio Miraflores, sede do governo, em Caracas, logo depois de o chefe de Estado ter recebido uma delegação brasileira presidida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Alessandro Teixeira.

Segundo Chávez, o aporte será proveniente de outros fundos estatais, criados e mantidos com os lucros da exportação do petróleo.

Classificando a Venezuela como “uma peça que faltava” ao bloco, Chávez disse estar ansioso para iniciar a entrada do seu país no Mercosul, marcada para o dia 31 de julho, e que, por sua estrutura flexível, consegue comportar as assimetrias entre os países-membros. “O Brasil não é um império. É um irmão, como a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, que eu tenho certeza que mais cedo ou mais tarde voltará para o Mercosul, quando recuperar a democracia”, disse.

O país corre para adaptar-se às normas e tarifas do bloco econômico.

Durante a reunião com a delegação brasileira, foram identificados projetos para o intercâmbio comercial entre os dois países. “Temos mais de 230 produtos que a Venezuela pode começar a exportar rapidamente para o Brasil”, afirmou Chávez.

O assessor de assuntos externos da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, que fez parte da delegação, considerou o ingresso do país “estratégico”.

O comércio entre Brasil e Venezuela chegou a cifra de cinco bilhões de dólares em 2011.

Chávez também manifestou sua satisfação com a possibilidade de poder adquirir financiamento para projetos petroquímicos entre a Petrobras e a estatal petrolífera venezuelana PDVSA (Petróleos de Venezuela).

Em Pernambuco, por exemplo, a refinaria Abreu e Lima, prevista para ser construída com investimentos binacionais, tem recebido unicamente capital brasileiro, já que a Venezuela não cumpria com algumas exigências para receber financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “Agora o financiamento ao Brasil para as petroquímicas torna-se viável”, disse.

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