O candidato da Frente de Esquerda PCB - PSOL, Roberto Numeriano, lançou proposta de criação de unidades coletoras de lixo nas Regiões Político-Administrativas (RPAs), que se encarregarão da coleta do chamado lixo seco (papel e papelão, garrafas plásticas e de vidro, metais etc), selecionando-os e a seguir transportando-os para usinas de reciclagem.

O lixo orgânico (restos de alimentos etc) será recolhido diretamente pelos sistema atual. “Esse lixo será recolhido por moradores de baixa renda das próprias RPAs, a partir de cooperativas de catadores que reverterão o lucro da coleta como renda para essas pessoas.

A cooperativa recolhe o lixo seco já separado nas casas e prédios, levando-o para as unidades próximas.

A seguir, nessas unidades os caminhões contratados pela prefeitura farão a recolha do lixo em horário noturno. É um modo racional, ecológico e lucrativo de lidar com o lixo no Recife”, sugere Numeriano.

Numeriano sugere que os recifenses sejam estimulados a participar com a criação de uma lei municipal de redução progressiva de IPTU, até certo limite, tendo como contrapartida a afetiva participação dos contribuintes, por unidade habitacional, na seleção prévia dentro de casa. “Não basta apenas educar a cidadania recifense quanto à seleção do lixo, é preciso também que a prefeitura dote as RPAs de equipamentos, a população se integre, com os catadores, de um lado, obtendo renda, e os moradores, de outro, tendo o IPTU reduzido”, explica. “Temos visto candidatos com a bandeira da sustentabilidade caminhando em praias, comentando sobre limpeza de canais etc, mas falam sempre mais do mesmo.

Ninguém trata da questão do lixo.

Não há meio de educar e conscientizar sobre a necessidade de selecionar o lixo se não houver o estímulo.

Lixo é dinheiro nos países com políticas públicas efetivas e racionais, mas no Recife é apenas um problema de saúde pública e incompetecência governamental”, ataca. “Precisamos integrar todos os recifenses na gestão da cidade.

Não gostamos da palavra slogan.

Quem tem slogan é candidato das elites, financiado por empreiteiras, donos de empresas de ônibus, grandes industriais e comerciantes, cada vez mais decisivos, no mal sentido, no meio político.

Essa gente adora propostas em que o céu é o limite, mas, uma vez no poder, esse mesmo empresário determina o que o prefeito vai fazer ou, pelo menos, o limite de sua gestão”, acredita Numeriano.