Caro Coordenador do descoordenado Festival Recife de Teatro Nacional, Vavá Paulino, Esta nossa correspondência tem duas finalidades: cobrança e denúncia.

Se tornou insuportável a espera do pagamento referente a nossa apresentação no desrespeitoso Festival do Recife no final de novembro de 2011, com a peça Jaguar Cibernético, no Teatro Marco Camarotti do Sesc.

Nos apresentamos no XIV Festival Recife do Teatro Nacional, em novembro com a promessa de que receberíamos em dezembro de 2011 e, até a presente data, mais de seis meses após o evento, não fomos pagos.

Já não sabemos o que fazer para que que a Secretaria Municipal de Cultura de Recife pague o que nós deve.

Nos próximos dias, estarei dando uma entrevista num programa de televisão de grande repercussão nacional e aproveitarei, com toda a raiva teatral consciente, para denunciar a Secretaria Municipal de Cultura de Recife e seu vergonhoso e caloteiro Festival de Recife do Teatro Nacional.

O Brasil inteiro vai ficar sabendo do quão desrespeitoso é o festival com os artistas, dignos, reconhecidos e grandemente respeitados que ele (o indigno Festival) convida, fecha contrato e não paga.

Gostaríamos que o Sr.

Coordenador do Festival, que ficou por meses sumido e que há dois meses reapareceu com desculpas esfarrapadas e mentirosas, se pronunciasse publicamente a respeito de nosso pagamento, pois esta carta que lhe envio já está sendo divulgada para a imprensa.

Inclusive já estamos promovendo uma campanha contra a Secretaria Municipal de Cultura do Recife e seu horrendo Festival, aconselhando os artistas de teatro a não participarem desse desrespeitoso evento.

Em todos os meus discursos públicos, inclusive nos que fiz no Rio de Janeiro durante a participação do meu grupo teatral na Rio+20, disparei esta denúncia.

Não dá mais, passou dos limites.

E o pior de tudo é que esse calote da sua Secretaria nos deixou com uma enorme dívida.

Ficamos sem nossos cachês e ainda humilhados.

Há três semanas o Sr.

Sérgio Farias, se dizendo Assessor da Secretaria Municipal de Cultura do Recife, entrou em contato com nossa produção pedindo documentação que provasse a nossa participação no festival.

Só o que nos faltava Sr.

Sérgio Farias, o SR. invertendo a situação.

Quem tem que provar alguma coisa é o SR e, sua Secretaria Municipal de Cultura, provar e pagar já e urgente.

Se o Sr. tivesse o mínimo de trabalho daria uma olhada no site de seu Festival.

Num país como o nosso em que as verbas para a cultura são irrisórias, mínimas e miseráveis, os órgãos oficiais de cultura ainda ficam com o pouco que de direito é nosso.

Assalto público.

Sabemos que o secretário de Cultura da época do Festival saiu para se candidatar a alguma vaga nas próximas eleições municipais de Recife.

Quem vai votar nesse Sr.?

Ele vai defender que cultura?

Que tipo de gerência publica da Cultura caso por infelicidade coletiva seja eleito?

E a Sra. que assumiu no lugar dele, o que anda fazendo que faz vistas grossas as dividas absurdas da Secretaria.

Então, a nossa pergunta é muito simples.

Vão pagar?

Não vão pagar?

Qual é o motivo real para não pagarem?

Para onde foi a verba que estava destinada para nosso pagamento?

Sr.

Vavá Paulino, nos pague, não nos venha com desculpas esfarrapadas.

Somos artistas, não somos tontos.

Nos pague mais que imediatamente que já estamos cansados de tanto desrespeito vosso e de sua Secretaria-de-calotes-e-mentiras.

Sejam corretos, como fomos artisticamente com vocês.

E mais verbas para a cultura, para a arte e para o teatro no Brasil.

Verbas, respeito, ética, deveres e direito, dignidade e decência.

Em protesto.

Francisco Carlos, equipe, elenco, parceiros, publico e simpatizantes