Aperto de mãos e sorrisos antes do debate.

Apesar do formato do debate realizado na manhã desta segunda-feira (23), organizado pelo Clube de Engenharia, onde os candidatos não faziam perguntas diretamente um para o outro, os postulantes à vaga de prefeito do Recife Mendonça Filho (DEM) e Geraldo Julio (PSB) não deixaram passar a oportunidade de trocarem farpas.

O democrata, que na ocasião se posicionou contra a construção dos viadutos sobre a Agamenon Magalhães (obra proposta pelo Governo de Pernambuco), foi incisivo nas críticas contra o governo estadual, liderado por Eduardo Campos (PSB), principal cabo eleitoral pró-Geraldo Julio. “Ainda não encontrei um só técnico que se manifestou favorável à medida (a construção). É o famoso caso de obra empurrada goela abaixo na população.

A atual gestão do Governo estadual tem essa mania: ouvir a população só quando sabe que o povo vai concordar.

Quando não vai, passam por cima mesmo”, atacou Mendonça.

Em primeiro debate público, viadutos da Agamenon opõem candidatos A segurança pública também foi discutida.

Geraldo afirmou que seu trabalho à frente do Pacto pela Vida reduziu em 45% os índices de assassinato no Recife.

Em seguida, comparou o trabalho com o do democrata, afirmando que o período mais violento vivido pelo estado de Pernambuco foi no ano em que Mendonça assumiu o Governmo do Estado por nove meses, em 2006. “O DEM governou Pernambuco por nove meses.

Aliás, esses nove meses foram no ano mais violento de Pernambuco em toda a sua história.

Foi o ano que Pernambuco teve mais vítimas”, destacou o socialista.

O democrata rebateu. “Você está com a informação errada.

O maior pico de homicídio no estado se deu no final do ex-governador Arraes.

No meu governo criamos o DHPP” Mendonça também reclamou da prática da campanha baseada no apadrinhamento político. “Quando for prefeito, eu não serei secretário do governador ou do Governo do Estado nem do presidente da república, não.

Porque essa lógica que está sendo vendida de alinhamento direto, político, entre prefeito, governador e presidente, se fosse para ser assim era só pedir para o presidente ou o governador assinarem um termo dizendo quem vai ser o prefeito.” De acordo com o democrata, o socialista estaria dando a entender, durante o debate, que seu grupo político pertence à atual gestão, com baixa aprovação por parte da população.

O candidato do DEM teria resolvido se direcionar diretamente para o seu companheiro de mesa. “Geraldo, não adianta querer agora dizer que vocês do PSB não têm nada a ver com a gestão do Recife.

Seu candidato a vice, Luciano Siqueira, foi vice-prefeito de João Paulo por oito anos.

O atual vice-prefeito, Milton Coelho, é do PSB.

Vocês e o PT são corresponsáveis pelas coisas boas e ruins que aconteceram nesse período, simplesmente não dá para fugir disso.”