(Foto: Clemilson Campos/JC Imagem) O candidato do PSDB à Prefeitura do Recife, o deputado estadual Daniel Coelho, tem como um dos principais motes de campanha a “mudança” e a “renovação” política.

Em entrevista ao Jornal do Commercio e ao Blog de Jamildo, o tucano disse querer se colocar como alternativa aos grupos que se revezaram à frente da PCR nas últimas décadas e pregou que para a Prefeitura funcionar melhor “é preciso parar com política de indicação de cargos”. “Precisamos acabar com política de loteamento do espaço”, disse Daniel.

O tucano afirma repetidamente que quer melhorar o serviço oferecido pela Prefeitura e que para isso deve profissionalizar os cargos na PCR, possivelmente através de concurso, e acabar com a política de troca de favores e de cargos. “Quando viemos com essa política de profissionalizar os cargos e acabar com a política de indicação, queremos agilizar o funcionamento da PCR e economizar os recursos para cumprir as promessas que estamos fazendo.

Se você vai negociar cargo com mais de 10 partidos, distribuindo cargos, você não vai conseguir colocar em prática essa nova política.

Ou seja, continua a política da ocupação do espaço.

Não adianta vir agora com um discurso renovado se o essencial você não renova.” “Nos últimos anos o número de comissionados da Prefeitura subiu de pouco mais de 3 mil para mais de 7 mil cargos.

Quando você faz isso, você engessa a prefeitura e coloca lá um monte de gente sem competência.

Precisamos de pessoas qualificadas, que tenham formação, dentro do possível concursadas, funcionários de carreira, que não tenham foco no eleitoral, mas que tenham foco no administrativo.” O deputado, que já foi vereador por duas vezes, lembra ainda de quando entrou na Câmara de Vereadores do Recife e “um vereador da base” veio lhe oferecer, em troca de entrar para o grupo da base governista, seis “capas pretas”. “São aqueles que ficam te seguindo na rua”, explicou Daniel, que diz ter rejeitado a oferta. “É só um cala-a-boca.

Eles te dão isso e em troca você fica calado”.

Daniel Coelho não deixou passar a oportunidade para espetar os adversários do PSB e do PT, Geraldo Julio e Humberto Costa, respectivamente, “indicações” do governador Eduardo Campos (PSB) e da cúpula do PT de São Paulo. “Vemos algumas candidatuas que a própria escolha do candidato veio por meio da indicação.

Então não é somente o vereador que indica o “capa preta”, é o presidente que indica o prefeito, é o governador que indica…

No conceito essencial eles continuam querendo ocupar o espaço por indicação.

A candidatura mostra que está num formato antigo.” Questionado sobre uma possível disputa de segundo turno envolvendo seu nome, onde ele possivelmente teria apoio de outras siglas - que exigiriam cargos, Daniel esquivou-se e disse que o diálogo tem de ir para além dos cargos. “É nisso que está a pobreza: na discussão do cargo.

Acho que há coisas mais importantes que o cargo.

Muito mais importante que o cargo é que o partido possa prestar contas de suas ideias.

O que eu vejo é que o governo prefere dar um cargo e aí deu o “cala-a-boca”, a pessoa não pode mais falar nada e daí não deixa ela opinar, mostrar suas ideias.

Só impõe.” “Por isso dificilmente vemos o parlamento influenciando nas decisões do governo.

Ele (o parlamentar) está alí em troca de espaços.

Essa troca é o que empobrece a política.

Queremos alianças por ideias, não por espaço”, finalizou Daniel.