O recifense está bastante confiante e investindo na economia da capital pernambucana. É o que aponta os cálculos do Índice de Confiança do Consumidor Recifense (ICC), medido pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), referente ao mês de julho.

De acordo com o estudo, a credibilidade na economia aumentou 7,0 pontos em relação ao mês passado e ficou com 96,6 pontos.

Esse é o mesmo nível de confiança que o recifense de janeiro de 2012 e o maior registrado desde maio, quando chegou a 97,9 pontos.

O responsável pelo aumento do ICC foi à percepção positiva sobre as finanças pessoais do recifense para os próximos seis meses, que apresentou um aumento de 14% em relação a junho.

A percepção sobre o futuro, ou seja, os próximos seis meses de finanças pessoais e da economia (Índice de Expectativa do Consumidor - IEC), cresceu 7 pontos em relação ao mês anterior.

A percepção sobre as condições atuais da economia aumentou 7,2 no mesmo período (Índice de Condições Econômicas Atuais – ICEA).

A maioria dos consumidores também está otimista, pois 64% dos entrevistados acreditam em dias melhores para suas finanças, 64% acreditam em dias melhores para a economia pernambucana e 66% para a economia brasileira para os próximos 6 meses.

Um maior nível de confiança tende a induzir uma elevação na demanda de uma economia.

Tal premissa, no entanto, não se confirma na tendência do consumo do recifense este mês, pois, segundo a PMEC-IPMN, enquanto a confiança do recifense se eleva, a demanda de duráveis caí 6,14% em julho. “Essa contração pode estar associada a uma acomodação da demanda, frente à forte expansão dos últimos meses, pois desde o inicio do ano o governo vem acionado políticas de incentivo a demanda para fazer frente à desaceleração da economia.

Entretanto, não se pode afirmar que a redução da demanda de duráveis registrada este mês represente uma inflexão na trajetória de crescimento,” revela o coordenador da pesquisa e economista do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, Djalma Guimarães.

De acordo com o economista duas forças opostas tendem a influenciar as vendas de duráveis nos próximos meses.

De um lado uma projeção de crescimento modesto do PIB para este ano, que pode levar o governo a reforçar seu arsenal de medidas de estímulo a demanda de duráveis - existem fatores que podem corroborar para o crescimento da demanda no segundo semestre: a elevação da renda, o desemprego em um nível baixo, dentre outros -; por outro lado, corrobora para uma interrupção do ciclo de ampliação da demanda indícios de ampliação da inadimplência e pessimismo dentre os empresários.

DEMANDA – Dezessete por cento dos entrevistados afirmaram ter intenção de comprar bens duráveis no mês de julho.

Os segmentos estudados que apresentaram maior intenção de compra foram: eletrônicos (21,1%), eletrodomésticos (17,1%), móveis (14,9%), informática (11,7%) e veículos (7.9%).

No que concerne a demanda de alguns bens de consumo não duráveis (roupas e calçados), o Índice de Confiança do Consumidor, apontou queda em julho. “Isso segue a tendência histórica de elevação da demanda nas proximidades dos festejos juninos e de Dia dos Namorados e a retração é natural nos meses subseqüentes”, explica Djalma Guimarães.

A forma de pagamento preferida pelos recifenses na compra de bens duráveis ainda é a compra a prazo no cartão de crédito, parcelado em seis vezes.

PESQUISA – A pesquisa foi realizada no dia 3 de julho, num universo de 627 moradores do Recife.

O número de entrevistas foi estabelecido com base em uma amostragem aleatória simples com um nível estimado de 95% de confiança e uma margem de erro estimada de 4,0 pontos percentuais.

A amostra foi selecionada a partir de um plano de amostragem estratificada de conglomerados em dois estágios.

No primeiro estágio foram sorteados os setores censitários e em seguida é selecionado um número fixo de pessoas segundo cotas amostrais das variáveis sexo e faixa etária.

A amostra foi definida com base nas fontes oficiais de dados: Censo IBGE e TRE.