Foto: reprodução da internet Sérgio Montenegro Filho, do Jornal do Commercio As investigações da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara sobre o assassinato do padre Antônio Henrique - ocorrido em 1969 e atribuído a agentes da repressão - ganharam mais fôlego nessa segunda-feira (18).
O grupo recebeu da Comissão Nacional da Verdade um lote de documentos do caso para engrossar os já volumosos arquivos sobre o crime, que vem se configurando como principal caso investigado pela comissão em nível estadual.
Em Pernambuco, comissão da verdade recebe dossiê do Padre Henrique Entrega de dossiê sobre morte de padre Henrique à Comissão Estadual da Verdade é adiada Integrante da Comissão Nacional da Verdade, o advogado pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho participou da sessão de ontem pela manhã do grupo local, para fazer a entrega formal da documentação sobre a morte do religioso, braço direito do então arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Câmara.
Segundo ele, é mais proveitoso que casos como esse sejam apurados em nível estadual, para depois subsidiar a comissão nacional. “Os integrantes da comissão local têm muito mais sensibilidade e conhecimento do assunto. É uma decisão acertada dar prioridade ao caso em nível local”, opinou José Paulo, informando que, em setembro, os integrantes da Comissão Nacional da Verdade estarão em Pernambuco para uma sessão conjunta com a comissão estadual, na qual serão assinados convênios de cooperação mútua e para que os integrantes do grupo local repassem informações já colhidas sobre alguns casos.
De acordo com o presidente da comissão estadual, advogado Fernando Coelho, o grupo já dispõe de boa documentação sobre a morte do padre Henrique.
Parte dela veio do acervo do Arquivo Público Estadual e outra parte foi encaminhada pelo Ministério Público de Pernambuco inclusive cerca de três mil páginas do primeiro inquérito realizado, que apontou alguns responsáveis pelo assassinato, mas terminou prescrevendo.
Nessa segunda (17), a Comissão Nacional repassou um conjunto de fichas com dados sobre o crime, além de material digitalizado e alguma bibliografia.
Também na segunda (17), o relator do caso, o ex-deputado Pedro Eurico, se disse disposto a investigar a fundo o crime.
Ele irá hoje ao arquivo do Arcebispado tomar conhecimento da documentação sobre o padre Henrique disponibilizada pelo arcebispo dom Fernando Saburido. “Essa investigação é prioridade, e a comissão vai aprofundá-la ao máximo”, concluiu.