O episódio do esfaqueamento de um popular por um flanelinha, no centro do Recife, acaba precipitando um debate que mais cedo ou mais tarde os candidatos a prefeito do Recife poderiam ser obrigados a enfrentar.

Do ponto de vista do eleitor, seria interessante saber o que cada um faria ou não faria.

Oferecer uma carteira, oficializando a prática, como chegou a ser imaginado na Câmara dos Vereadores do Recife, seria uma solução?

O Blog de Jamildo coloca o espaço a disposição dos postulantes, para a apresentação de sugestões e soluções.

Já agradeço antecipadamente as colaborações dos internautas.

Na noite de quinta-feira, o aposentado José Leandro Rodrigues Filho, 63 anos, foi esfaqueado após se negar a pagar R$ 3 ao flanelinha Antônio Marcos de Santana, 42, que terminou preso.

Há pouco menos de um ano, a delegada Silvana Lélis prendeu um flanelinha em flagrante por extorsão, depois que ele tentou vender um bilhete de Zona Azul, que custa R$ 1, por R$ 5 a um policial civil aposentado.

O fato ocorreu em 23 de agosto do ano passado e a polícia civil tentou fazer um cadastramento das pessoas que atuavam tomando conta de carros no Bairro do Recife.

No entanto, o trabalho não foi concluído. “Houve muitas críticas e terminamos sem dar prosseguimento.”, explicou a polícia.

Neste sábado, o Jornal do Commercio revela que o inquérito da Polícia Civil que investiga o loteamento de ruas e os possíveis abusos de flanelinhas no Centro do Recife tem enfrentado entraves para a conclusão.

A informação chega a público um dia depois de um flanelinha ser preso ao esfaquear um motorista que se negou a pagar pela vaga no bairro dos Coelhos, na área central da cidade.

De acordo com a delegada Silvana Lélis, titular da Delegacia da 1ª Circunscrição, no Bairro do Recife, a Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU) do Recife não tem colaborado na investigação dos fatos. “Convocamos, em dezembro, dois agentes da CTTU que foram citados como possíveis participantes do esquema, mas até agora eles não apareceram”, destacou a delegada, que em fevereiro se afastou da delegacia por questões de saúde e voltou no mês passado.

Silvana Lélis também explicou que solicitou à companhia uma cópia de sindicância aberta pela própria CTTU para investigar agentes que seriam coniventes com a atuação de flanelinhas, mas também não recebeu resposta. “Agora que voltei da licença, estou fazendo as requisições novamente”, garantiu.

Segundo ela, os agentes chamados a prestar esclarecimentos foram citados durante ouvidas de alguns flanelinhas.

A Prefeitura do Recife informou que os agentes são da Guarda Municipal e que o ofício dever ter sido enviado à CTTU, onde são lotados.

Ainda ontem, segundo a prefeitura, o corregedor da Guarda Municipal, Lívio Bernardo, entrou em contato com a delegada e solicitou que o ofício com as solicitações seja enviado ao órgão na terça-feira para que os pedidos sejam atendidos.

ZONA AZUL Após o caso de agressão envolvendo um flanelinha nos Coelhos, a CTTU informou que irá aumentar a fiscalização do uso das 2,8 mil vagas de Zona Azul no Centro do Recife.

Para o gerente de Operações de Trânsito do órgão, Wagner Rodrigues, a CTTU tem limitações quanto à fiscalização dos flanelinhas. “Temos como atribuição gerenciar o trânsito.

Possuímos cerca de 200 pontos de venda de talões de Zona Azul.

Esses locais vendem a folha a R$ 1 e ganham 10% em cima.

Caso essas pessoas vendam mais caro, cabe ao usuário pagar ou não e denunciar.

Essa pessoa pode ser descredenciada”, ressaltou.