Na edição do dia 30 de março do ano passado, o Blog de Jamildo revelou que o marqueteiro Antônio Lavareda havia levado um cano milionário.

No meio jurídico pernambucano não fala de outra coisa.

O autor da verdadeira façanha era o advogado e ex-deputado federal Harlan Gadelha, acusado de estelionato pelo prpoprio escritório de advocacia que prestava serviços a Lavareda.

Na cidade, harlan Gadelha é conhecido por ser conselheiro do Sport Clube Recife.

A novidade é que o buruçu chegou na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Mais especificamente no Conselho de Ética da ordem.

O escritório que se julga lesado quer multa e punição para o ex-colaborador.

Pede até a expulsão de Harlan Gadelha ou sua suspensão até que pague o que supostamente deve ao escritório.

Como manda a lei e os estatutos da OAB, terá amplo direito de defesa.

O Blog de Jamildo abre o mesmo espaço para o contraditório.

Entenda o rolo A ação do escritório Albuquerque e Pinto Advogados contra Harlan Albuquerque Gadelha Filho foi apresentada pelo escritório Rego Barros e Santos em fevereiro de 2011, ainda.

Incrivelmente lenta quando o assunto é ética, a OAB marcou em abril, um ano depois, a audiência de instrução do processo para o dia 18 de junho agora.

Gadelha havia sido o responsável pela captação do cliente Antônio Lavareda, fazendo a gerencia e administração dos processos judiciais, no escritório de advocacia Albuquerque e Pinto.

Cuidava à época, de dois processos.

Segundo a denúncia, teria pedido valores destinados ao pagamento de custas e despesas judiciais diversas, mas o único objetivo seria ludibriar o cliente.

Curiosamente, foi Antônio Lavareda que alertou o escritório, com um dossiê. “Para nossa surpresa, o dossiê continha um verdadeiro arsenal de falcatruas e falsificações grosseiras e o único intuito era locupletar-se financeiramente”, escreve o advogado Bruno Lima Santos, na petição encaminhada a OAB, cuja cópia o Blog de Jamildo teve acesso.

Lavareda teria descoberto o golpe ao pedir a microfilmagem dos cheques emitidos.

No total, seriam R$ 774 mil, que atualizados dariam cerca de R$ 883 mil.

Foram cinco cheques, no período de 19 de março de 2009 a 08 de março de 2010.

O fracionamento teria sido a forma de não levantar suspeitas.

O maior deles era de R$ 308 mil.

Pense numas custas caras, viu? “O advogado pediu pessoalmente o dinheiro ao cliente Lavareda.

Ao contrário, todos os cheques emitidos foram depositados pelo advogado em sua conta pessoal”, acusa o escritório Albuquerque e Pinto. “Para justificar os valores ardilosamente solicitados, o advogado apresentou guias de depósito no Banco do Brasil e protocolos judiciais falsificados”, apontam, na ação.

Para complicar ainda mais a situação, de acordo com os acusadores do advogado Harlan Gadelha, ele teria incluído no meio petições falsas, envolvendo o nome de mais dois advogados do escritório, supostamente para dar mais veracidade ao que chamam de farsa, na ação.

Os dois colegas viraram testemunha no processo ético.

Para limpar o nome, o escritório Albuquerque e Pinto responsabilizou-se, perante Lavareda, pelo pagamento dos R$ 883 mil, mas ressalvando-se o direito de regresso (ação) contra o advogado Harlan Gadelha.

Na ação, entretanto, o advogado Bruno Santos reclama que o advogado não havia prestado contas de um único centavo dos valores supostamente apropriados.

Eles sustentam, na ação criminal inclusive, que ao ser solicitado a esclarecer o problema, o advogado confessou o delito e chegou a assinar uma confisão de dívida, que não estaria sendo respeitada.

Como não se exige que haja condenação criminal transitada em julgado, sendo suficiente a comprovação do fato em si, os demandantes sugerem que a OAB analise se não seria o caso de pena de expulsão dos quadros com uma reprimenda dura. “A conduta do advogado não atinge e prejudica somente sua imagem profissional e não somente a imagem do escritório.

As condutas criminosas refletem sobre o prestígio de toda classe de advogados”, acreditam. “Ele forjou documentos públicos e privados, abusou da confiança nele depositada pelo cliente e o escritório”. É rolo ou não é? vamos ver o que o advogado tem a dizer.

Em todo caso, antes de uma decisão, há várias instâncias para recorrer, na própria OAB local e até na esfera federal da ordem.

Exclusivo.

Lavareda leva cano milionário de advogado.

Caso vai parar na Justiça Petição de Harlan Gadelha View more documents from Jamildo Melo