O deputado federal Fernando Ferro (PT/PE) usou a tribuna da Câmara para comentar a cassação do ex-senador Demóstenes Torres, ex-democrata e atualmente sem partido.

Para Ferro a cassação é um alívio, mas os votos pela absolvição do ex-senador são preocupantes.

Ele defendeu que matérias desse teor sejam votadas de maneira aberta, de modo que o cidadão saiba como se comportou o parlamentar que elegeu. “A cassação do Senador Demóstenes Torres encerrou uma fulgurante e meteórica campanha de uma das vozes da direita no Senado Federal.

Alguém que foi incensado e levado à condição de paladino da moralidade e da Justiça.E nós ficamos a perguntar, inclusive um sentimento de curiosidade, de perplexidade.

Quase 33% do Senado entendeu que Demóstenes Torres era limpo e probo, não votaram pela cassação.

Algo que nos assusta, depois de tantas evidências do desmonte dessa estrutura criminosa.

O voto secreto faz com que as pessoas se escondam e terminem votando para inocentar o Demóstenes Torres.

Por isso, a importância da PEC do Voto Aberto para esse tipo de cassação”, defendeu o parlamentar.

Como tem feito desde o início das investigações da CPMI que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Ferro voltou a criticar parte da imprensa e, principalmente, a revista Veja e o jornalista Policarpo Júnior - flagrado em mais de 200 ligações com bicheiro. “É impressionante também o silêncio de parte da mídia.

A Revista Veja, por exemplo, que considerava Demóstenes Torres, um dos mosqueteiros da moralidade, por certo, neste fim de semana, não irá colocar uma capa de revista para homenagear o Demóstenes Torres.

E o jornalista Policarpo deve estar silencioso, porque pela sua associação com o Cachoeira e com o Demóstenes Torres, deve estar curtindo momentos delicados, e não fala, mantém um silêncio agora em função de alguém que ele ajudou a criar”, discursou Fernando Ferro.

Para o deputado pestista, Reforma Política e novos parâmetros para financiamentos de campanha podem ser as alternativas necessárias para impedir com que casos como o do ex-DEM sejam tão recorrentes no país. “Isso nos dá motivo para cobrar uma ação de Reforma Política.

Por certo, neste momento, outros Demóstenes estão atuando para catar recurso para a campanha que vai se desenvolver aí.

Esse problema só poderá ser reduzido ou minimizado com uma Reforma Política que altere o tipo de contribuição de campanha, de financiamento de campanha e que dê transparência aos processos políticos.”