Raul Filho nega ter favorecido Cachoeira, mas depoimento não convence petistas Na Folha de São Paulo Convocado ao Congresso para esclarecer sua relação com o empresário Carlinhos Cachoeira, o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), não conseguiu convencer integrantes do próprio partido.

Para evitar desgastes, petistas tentaram desvinculá-lo da sigla.

O principal foco de seu depoimento à CPI do Cachoeira ontem foi um vídeo em que o petista sugere trocar um contrato de coleta de lixo para a empreiteira Delta por apoio de Cachoeira na disputa eleitoral de 2004.

O empresário é considerado pela Polícia Federal sócio oculto da empreiteira, que acabou sendo contratada pela Prefeitura de Palmas.

Raul Filho negou ter recebido dinheiro e favorecido empresas ligadas a Cachoeira e ofereceu seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à CPI.

Mas, confrontado pela comissão, Raul Filho admitiu que uma assessora parlamentar da primeira-dama de Palmas, a deputada estadual Solange Duailibe (PT), recebeu um depósito de R$ 120 mil da Delta, como a Folha revelou.

Ele não soube explicar o motivo do depósito nem para que o dinheiro serviu. “O depoimento não convence e impõe que a investigação continue sendo feita na medida em que os elementos e os indícios são muito contundentes”, afirmou o deputado Odair Cunha (MG), relator da comissão. “O que é mais revelador é o modo de operação da organização criminosa, que tem um padrão de comportamento, que financia campanhas eleitorais em troca de benefícios contratuais”, completou.

Evidência do plano petista de isolar o prefeito, a primeira pergunta foi uma deixa para que Raul Filho falasse sobre sua trajetória política.

Ele respondeu que já foi filiado ao extinto PDS, ao PFL (atual DEM), ao PSDB, ao PPS e ao PT.

Petistas cogitam expulsá-lo do partido.