O prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), afirmou nesta terça (10), em depoimento à CPMI do Cachoeira, que uma assessora de sua esposa recebeu um depósito bancário de R$ 120 mil feito pela Delta Construções.

A empresa de Carlinhos Cachoeira mantém contrato de lixo com a Prefeitura de Palmas desde 2005.

A assessora é Rosilda Rodrigues dos Santos, que trabalhava para a deputada estadual Solange Duailibe (PT), esposa de Raul Filho.

Rosilda pediu demissão logo depois da divulgação de escuta telefônica sobre o depósito. “Isso já foi declarado pela pessoa.

Vamos considerar que sim”, afirmou. “Eu não disse que recebi [a quantia], mas que foi depositado na conta de uma assessora”, completou.

O prefeito disse que o contrato de lixo repassa, em média, R$ 1,3 milhão mensais à Delta.

A empreiteira já recebeu R$ 71 milhões nos últimos cinco anos.

Até o momento, foram firmados seis contratos com a Delta, quatro dos quais por dispensa de licitação por serem emergenciais.

Raul Filho negou irregularidades nos contratos.

O deputado federal por Pernambuco Silvio Costa (PTB) questionou o fato de uma ex-assessora ligada à mulher do prefeito ter recebido um depósito sem saber o motivo. para Sílvio, o prefeito de Palmas estaria mentindo e prejudicando o trabalho da CPMI. “O prefeito acaba de mentir.

Quando uma testemunha mente numa CPI o que a CPI pode encaminhar?”, perguntou Sílvio ao vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Teixeira disse que atitude do prefeito poderia aparecer no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. “Acabo de provar para a CPI.

Ele está na operação João de Barro pedindo propina de R$ 9 mil para facilitar uma obra de R$ 55 milhões.

Se este cidadão sair desta CPI e vossa excelência não mandá-lo para o MPU [Ministério Público da União], é melhor fechar a CPI”, disse Sílvio Costa.

De acordo com as informações da Operação João da Barro, da Polícia Federal, o prefeito teria favorecido um consórcio de empreiteiras que venceu uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no valor de R$ 55 milhões.

Em troca, teria ganho A informação é da Operação João de Barro da Polícia Federal.

Em troca, teria ganho um aparelho de ginástica no alor de R$ 9 mil.

Escutas telefônicas feitas pela PF com autorização judicial mostram que, durante as negociações, o prefeito chegou a se queixar a um dos lobistas, Horácio César Fonseca Sobrinho, preso na operação, de que o pagamento do equipamento para a prática de exercícios físicos ainda não tinha sido feito.