Maviael Cavalcanti diz ser o único oposicionista na Assembleia.
Os anos 2000 não têm sido nada bons para o grupo (agora) oposicionista em Pernambuco.
No Recife não é diferente.
Desde as eleições municipais de 2000, quando João Paulo foi eleito, colocando pela primeira vez o PT à frente da prefeitura da capital, o grupo composto por DEM, PSDB, PMDB e PMN só fez enfraquecer.
Com a recente migração do maior dos referidos partidos, o PMDB liderado por Jarbas Vasconcelos, para o bloco da Frente Popular, o grupo ficou ainda mais frágil, o que pode ser prejudicial para o exercício da democracia. É o que alertam cientistas políticos e parlamentares do grupo.
Atualmente a Câmara de Vareadores do Recife conta apenas com quatro oposicionistas à atual gestão, o que representa apenas 10% dos parlamentares da casa - que são 37.
Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a situação é ainda mais grave.
De um total de 49 parlamentares, apenas três fazem oposição ao governo Eduardo Campos (já que na Alepe o PSDB não faz oposição na prática).
Túlio Velho Barreto (Foto: Tiago Calazans/JC Imagem) O cientista político Túlio Velho Barreto, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e professor da UFPE, vê o governismo como cultura da política nacional, não apenas pernambucana.
Ele alerta que isso pode, sim, ser prejudicial para a democracia.
Mas que é algo que tende a acontecer quando há líderes políticos muito populares e carismáticos, como foi na gestão Lula (PT) na presidência da República e como tem sido na gestão Eduardo Campos no Governo de Pernambuco.
Os partidos sem ideologia ou programa partidário definidos são mais volúveis à mudança de lado.
Oposição fraca é ruim para a democracia, afirma cientista político, que culpa a falta de ideologia dos partidos Popularidade de Eduardo é pedra no sapato da oposição O deputado estadual Maviael Cavalcanti (DEM) afirma que os parlamentares da Alepe param de fazer oposição para obter o apoio de Eduardo Campos nas eleições municipais pelo interior, onde normalmente se candidatam às prefeituras.
Priscila Krause (DEM) diz que a situação é perigosa para a democracia, opinião compartilhada por Maré Malta (PSD), que diz não pertencer a nenhum bloco.
O presidente da Câmara, o governista Jurandir Liberal (PT), diz que os debates já não são mais acalourados, mas não vê o enfraquecimento dos opositores como algo perigoso.