O assessor político do candidato à Prefeitura de Ipojuca - no Grande Recife - Miguel Sales (PR) Marcos Pereira divulgou um comunicado neste domingo (8) informando que se retirou do trabalho por não concordar com atitudes do prefeiturável.

Marcos afirma que a escolha do filho de Miguel para compor a chapa como vice, Vinícius Magalhães (PCdoB), foi unilateral e de forma repentina.

Em Ipojuca, Miguel Sales coloca próprio filho como vice de sua chapa Em Ipojuca, Eduardo Campos opera nos bastidores para ajudar tucano Carlos Santana “A meu ver, tal procedimento, além de se configurar como uma negação da ética política que deve permear a disputa eleitoral por um cargo público, fere princípios democráticos e mina a credibilidade em um projeto que se queira realmente novo”, declarou o ex-assessor no comunicado.

Veja a íntegra do texto: Informe Público: Eu, Marcos Pereira, me retirei definitivamente do trabalho de assessoria política à candidatura Miguel Sales em Ipojuca.

Prezadas e Prezados: Tendo em vista a retirada definitiva de minha participação no grupo de apoio à candidatura Miguel Sales e em respeito às pessoas, amigas, amigos, parceiros e parceiras que me conhecem, encontraram e/ou conheceram no curso dos trabalhos, reuniões e eventos objetivando à mudança e melhoria do perfil politico de Ipojuca, desejo e sinto-me no dever de prestar os seguintes esclarecimentos: 1.

A imposição unilateral e não discutida politicamente de um dos filhos do candidato majoritário na vaga de vice-prefeito, constituiu-se na razão fundamental para esta retirada definitiva. 2.

Tal imposição ocorreu de forma repentina e surpreendente para mim, sem qualquer conhecimento ou avaliação política nos foros internos até então existentes de apoio à candidatura, após a convenção unitária dos partidos PR, PTdoB e PCdoB realizada em 30.06.2012 ter homologado formalmente para Vice-Prefeito o nome do presidente do PC do B municipal, Sr.Moacir. 3.

A meu ver, tal procedimento, além de se configurar como uma negação da ética política que deve permear a disputa eleitoral por um cargo público, fere princípios democráticos e mina a credibilidade em um projeto que se queira realmente novo. 4.

Após a citada Convenção nenhuma comunicação, reunião ou outro meio de informação foi disponibilizado, sendo que em conversas soltas alegou-se critérios de natureza familiar, de críticas oriundas de pessoas não integrantes dos foros constituídos para coordenar a campanha, etc. 5.

Parte dessas pessoas vêm influenciando paralelamente à condução dos trabalhos, com anuência do candidate majoritário. 6.

Meus princípios e meu engajamento social e politico afirmam os referenciais democráticos, coletivos e de transparência como fundamentos e não comportam apoio a ascensão de Clãs Familiares ou grupos de interesses não coletivos na ocupação de funçÕes essencialmente públicas. 7.

Sobretudo, repudiam o aproveitamento e a manipulação de pessoas como base para galgar espaços politicos e referendar projetos pessoais. 8.

Na qualidade de (ex)-coordenador político (remunerado) do agora candidato à prefeito Miguel Sales, estabeleci relações e contatos objetivando contribuir na elaboração de um PROJETO POLÍTICO ALTERNATIVO, TRANSPARENTE, POPULAR E DEMOCRÁTICO para o município de Ipojuca. 9.

Não obstante divergências metodológicas e as vezes políticas, isso vinha ocorrendo desde o mês de fevereiro de 2012, estendendo-se até o dia 30 de junho de 2012, data da realização da convenção que homologou o nome do referido candidato. 10.

No decorrer do processo foram constituídas instâncias de discussão e deliberação com representação de pessoas e segmentos do município, visando assegurar um mínimo de transparência e sobretudo democracia na sua condução (que agora parecem não interessar mais). 11.

A facilitação do assédio de pessoas e interesses dissonantes com as instâncias politicamente organizadas para coordenar a campanha, bem como a tentativa progressiva de “formatar” o discurso diferenciador no que respeita à corrupção, linhas de programas e compromissos de governo municipal, etc. sinalizaram para um esvaziamento e perda de sentido do papel de um coordenador politico, bem como para o “escanteamento” das pessoas que vinham dando suporte ao projeto até à Convenção. 12.

Nenhum membro da coordenação e nem o próprio candidato majoritário participou da reunião partidária no PCdoB que “deliberou” pela substituição do Vice-Prefeito homologado na convenção do dia 30.06.2012 13.

No campo das relações pessoais, a situação de respeito à pessoa Miguel Sales permanence inalterada, mas não acredito em mudanças substanciais a partir de um projeto de interesses familiares na sucessão municipal de Ipojuca.

Face o exposto, desejo a todos e todas bom senso e boa sorte neste pleito eleitoral 2012.

Saudações, Marcos Pereira