Antes mesmo de verbalizar que estava lambendo as feridas, depois do processo traumático das previas internas do partido, o prefeito João da Costa, do PT, esternou todo o desconforto que estas eleições representam para ele.

O gestor contou que enfrentou essas mesmas disputas de poder desde o primeiro dia de trabalho na Prefeitura da Cidade do Recife. “Toda esta briga, toda esta disputa d epoder atrapalhou o meu governo.

Ela só foi revelada agora para a população, mas desde o início do meu governo que essa questão existe.

Tentei estender a mão (a João Paulo), por ser o melhor para a cidade e nada.

Portanto, isto já existia dentro do governo e eu espero que não aconteça daqui para a frente”.

Não nominou quem fez o boicote. “Vocês sabem quem são os protagonistas desta confusão” Sem dar nome aos bois, o prefeito acusou correligionários de fazerem corpo mole, especialmente quando ele adoeceu, para prejudicar a imagem da gestão. “Se eu não pudesse ser bem avaliados, se a gestão não desse certo, essa era a justificativa para poder me tirar.

Foi assim que foi sendo criada essa rejeição.

Neste inverno, por exemplo, não se vê buraco nas ruas do Recife.

Eu não estou doente…”, reclamou, sugerindo traição de aliados dentro da própria prefeitura.

João da Costa disse que, desde janeiro, a avaliação da sua gestão já está apontando melhora, chegaria agora a 60% de aprovação, previu que progressivamente ela irá diminuir, mas que o partido não ouviu sua tese e ele foi trocado.

Estimulado pelo imagens populares do comunicador Geraldo Freire, o prefeito João da Costa usou metáfora para falar das críticas que recebeu no passado recente na gestão. “Quando tem dois para namorar a mesma menina, um deles vai sempre dizer que o cara é bom, decente, honesto, mas é manco, mas não funciona.

Um sempre procura botar defeito para estar no lugar do outro.

Quando não tem defeito, vamos procurar um para justificar a disputa política”, frisou.

No ar, João da Costa também reclamou que o debate quase nacionalizado no Recife esteja impedindo que se debata o futuro do Recife. “Lamento a nacionalização do debate.

Os candidatos deveriam estar discutindo o Recife.

O problema é que há um desconhecimento muito grande dos candidatos da própria cidade, mas pode ser que eles estejam em um estágio diferente daqui a pouco”