Por Edilson Silva, especial para o Blog de Jamildo Recife está sendo palco, neste processo eleitoral, de uma situação que se pode chamar dramática.
A cidade virou mero detalhe no exato momento em que ela deveria ser o centro das atenções.
O anti-democrático sistema político-partidário desfalcou a população da presença de importantes quadros no debate sobre os rumos da cidade.
O prefeito João da Costa – não vai aqui nenhum juízo de valor sobre sua gestão, foi vítima do PT.
O deputado Paulo Rubem Santiago, foi vítima direta do PDT e indireta da fome incontrolável de poder do governador Eduardo Campos.
A acomodação aos maiores condomínios de poder, pensando-se sempre no futuro dos agrupamentos políticos e não no presente e no futuro da cidade, cria ajuntamentos sem princípios.
A cidade e sua gestão transformaram-se em mera moeda de troca por perspectivas de poder em outros níveis: pensa-se no senado, no governo do Estado, na presidência da República, menos no Recife.
Para piorar a situação, há os que falam em transformar o Recife numa empresa, a ser gerida por um técnico.
Seria o coroamento da conversão de nossa cidade em um mero pontilhão que liga interesses privados a orçamentos muito maiores que o da nossa querida cidade.
Desvencilhar-se desta equação despolitizada e anti-republicana, resignificando seu protagonismo histórico, sua condição indomável e rebelde, é condição inescapável de nossa cidade para se construir soluções para os graves problemas que temos – não solucionados e até agravados por gestões que se revezam e que hoje se apresentam distribuídas em vários palanques.
Sem liberdade, democracia e participação popular, todos os caminhos vão perpetuando nossa cidade como mero detalhe desta feia paisagem política.
Presidente do PSOL-PE