É fato que, descansando em Porto de Galinhas, no sábado, o prefeito João da Costa atendeu um primeiro telefonema do senador Humberto Costa, candidato do PT a prefeito no Recife.

No entanto, a cura das feridas ainda parece estar distante.

A deputada estadual Tereza Leitão e o deputado federal Fernando Ferro, dois dos mais destacados membros de sua tropa de choque, na briga interna, informaram, nesta manhã, que João da Costa dificilmente subirá no palanque do correligionário, “Depois da repercussão nacional que teve, com grande constrangimento para alguns, com descontentamento, não se esgotou o assunto”, disse. “Agora, a indicação de João Paulo (desafeto do prefeito) para vice de Humberto cria para o prefeito uma difocildade muito grande (de dar apoio à chapa)”, comentou Fernando Ferro, nesta manhã, na gravação do programa Ponto Final, da Tv Jornal, com o apresentador Aldo Vilela.

Ferro explicou que o recuo de João da Costa em ir à Justiça questionar a decisão do Diretório Nacional foi um gesto político do grupo do prefeito, antes da decisão da entrada de João Paulo na chapa. “João da Costa tem que ter muita calma, não pode se precipitar, mas eu acredito que agora fica difícil pedir votos (para Humberto).

Como ele vai defender a gestão do prefeito (com João Paulo de vice)”, questionou. “A gente imaginava que fosse possível ao menos um acordo do tipo procedimento de convivência”, explicou.

Ele reconhece que a chapa do PT se fortalece com João Paulo na vice de Humberto Costa, mas lamenta que o PT esteja agora tão dividido, como nunca antes na história. “Uma coisa que eu me pergunto é porque João Paulo não é candidato a prefeito?

O santo é deste tamanho e o andor maior ainda?”, comparou. “O debate (para onde ir) está sendo feito.

Já se decidiu que não iríamos à Justiça, depois que não se iria à convenção do partido.

Estamos em processo de reflexão, é uma situação difícil.

Não creio que João da Costa vá se licenciar do partido, como se divulgou (reportagem do Jornal do Commercio, da semana retrasada)”, disse Tereza Leitão. “Na minha opinião, se o PT estivesse unificado (em torno de João da Costa) não teria essa chapa de Eduardo Campos com Jarbas”.

A deputada estadual acredita que a principal questão para João da Costa é a defesa do seu legado.

Ela prevê que ele terminará a gestão com boa aprovação.

Se Humberto Costa pode ter dificuldade para obter o apoio do prefeito João da Costa, o mesmo pode acontecer com o candidato do PSB, Geraldo Júlio.

Quem explica é a deputada estadual Tereza Leitão. “Não vai ser uma tarefa fácil para Geraldo Júlio.

Quando o PSB diz que foi necessário lançar uma chapa própria porque o PT não se entendia, tudo bem.

Agora, quando agrega ao discurso o antipetismo complica. É isto que eles estão dizendo quando defendem que a cidade do recife precisa adotar o modelo de gestão que está sendo tocado pelo governo do Estado, que precisamos de outro ritmo”, observa. “Como Geraldo Júlio vai defender o PT se tem o maior antipetista no seu palanque, na figura de Jarbas Vasconcelos”, comentou a deputada.