Mobilidade urbana na rmr graficos View more documents from Jamildo Melo.

Mais do que em geral se pensa, as restrições à mobilidade de pessoas, veículos e cargas afetam significativamente as vendas do varejo e a Região Metropolitana do Recife não é exceção a esta regra.

O problema atinge todos os segmentos do comércio e para quase 68% dos empresários/gerentes da RMR a difícil mobilidade na área causa algum tipo de dificuldade.

Nos shoppings centers o fato é sentido por quase 72% e no comércio tradicional por dois em cada três empresários/gerentes.

Esse foi o resultado do levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), “Entre os principais problemas encontrados estão os engarrafamentos que foram citados por 75% dos empresários/gerentes como o problema de mobilidade mais grave, com especial impacto nos shoppings, onde aparecem em mais de 90% das respostas”, ressalta José Fernandes de Menezes, consultor da Fecomércio.

Outros pontos levantados pela pesquisa foram o custo dos estacionamentos como o segundo lugar em ambos locais de pesquisa, mas é particularmente severo nos shoppings, sendo citados por mais de 77% dos empresários ou gerentes; o custo dos transportes urbanos coloca-se em terceiro lugar entre as principais restrições, sendo mais forte também nos shopping centers do que no comércio tradicional; as dificuldades de carga e descarga aparecem em quarto lugar, sendo, como seria de esperar, muito mais graves no comércio tradicional e a falta de vias exclusivas para o transporte público ou de ciclovias são considerados problemas menores tanto nas áreas tradicionais quanto nos shoppings.

Para avaliar os transtornos causados pela difícil mobilidade urbana na área metropolitana do Recife, o Instituto Fecomércio-PE usou dados de pesquisas anteriores onde foram identificados alguns dos principais problemas enfrentados pelo varejo e pediu que os empresários/gerentes comparassem esses problemas com a mobilidade urbana. “Para melhor comparar os outros problemas com a mobilidade foi construída uma escala que toma valores de cinco a menos cinco, onde a mobilidade urbana assume o valor zero.

Desse modo, problemas com valor final positivo foram considerados mais graves que a mobilidade e valores negativos foram considerados menos graves”, explica também consultor da Fecomércio, Luiz Kehrle.

Os resultados são os seguintes: SEGURANÇA: A segurança aparece como o principal problema enfrentado, superior aos de mobilidade urbana, tanto no comércio em geral quanto nos shopping centers, em particular.

Há um ano, em outra pesquisa, também ocupou o primeiro posto, o que acentua sua importância.

CHUVAS: As chuvas vêm logo em seguida como principal problema para o varejo em geral, mas é especialmente preocupante nas áreas de comércio tradicional, tal como já se havia constatado no ano passado, durante um período de forte pluviosidade. É notável que mesmo um ano depois, num período de relativo estio, o comércio tradicional continue a considerar as chuvas o principal problema enfrentado.

No entanto, para os shopping centers as chuvas são um problema menos importante, mas mesmo assim maior que a mobilidade urbana.

CARGA TRIBUTÁRIA: A carga tributária aparece em terceiro lugar, tanto no comércio tradicional quanto nos shopings.

Nos dois locais é considerado um problema maior que a mobilidade urbana.

INADIMPLÊNCIA: A inadimplência é tida um problema menor do que se poderia esperar em uma época de dificuldades com o crédito.

Quando se considera o comércio em geral o problema é tido como muito menor que segurança e chuvas, mas para o comércio tradicional tem relativa importância.

Todavia, para os shoppings é um problema bem menor que a mobilidade urbana.

FERIADOS: Os feriados são considerados por empresários/gerentes como um problema praticamente do mesmo porte da mobilidade urbana.

No entanto, na análise por local de compra, aparecem com importância semelhante à inadimplência nas áreas tradicionais, mas para os shoppings é o menor entre os problemas considerados.

COMÉRCIO INFORMAL: O comércio informal é por todos empresários/gerentes entrevistados é considerado um problema de nível semelhante aos feriados e à mobilidade urbana.

No comércio tradicional é considerado como empecilho menor que nos shoppings, embora em nenhum dos dois locais seja tido como relativamente importante.