A convenção do PSDB no Recife, realizada na manhã deste sábado (30), levou bastante gente ao Instituto Teotônio Vilela, no Derby.
A surpresa da manhã foi a consolidação da entrada do PPS ao bloco encabeçado pelo PSDB - e que já tinha o PTdoB.
Lideranças dos dois partidos se fizeram presentes e lançaram campanha cantando renovação para o Recife.
Também não deixaram de mandar recados para adversários.
Marcada para as 9h, a convenção foi regada à cerveja, espetinho e forró para animar os presentes, que precisaram esperar até o meio-dia para ter a presença do agora candidato Daniel Coelho.
Ele ficou em reunião por horas com o presidente Nacional dos tucanos, Sérgio Guerra, dirigentes do PPS no Recife, a exemplo de Raul Jungmann, além de líderes do PMN.
Conseguiram fechar aliança com o PPS, que terá a socióloga Débora Albuquerque, presidente Estadual do PPS, na vice da chapa de Daniel Coelho.
Ela é a única mulher na disputa pela prefeitura e irá compor a chapa com o candidato mais jovem à prefeito.
A chapa, que terá cerca de 5 minutos de horário televisivo, irá pedir renovação para o Recife.
Auditório lotado, a convenção começou com o exaltado discurso da vereadora candidata à reeleição Aline Mariano, única representante tucana na Câmara do Recife.
Aline não hesitou em atacar as candidaturas dos petistas e dos socialistas. (Veja: Vídeo1 e Vídeo2) “[O PT] aceitou o conselho da oposição e retirou a candidatura do atual prefeito João da Costa, que representa o atraso do Recife.
E até eles próprios admitiram que a atual gestão atrasou a nossa cidade [por terem impedido a candidatura de João da Costa].” “Estão tentando confundir a população trocando o candidato”, disparou Aline, sobre a retirada de João da Costa e colocação de Humberto Costa. “Mas é seis por meia-dúzia!
Ele [Humberto] foi partícipe, esteve junto na gestão e não soube fazer as coisas boas para a cidade.” O presidente Nacional do PSDB, o deputado federal Sérgio Guerra, analisou a situação das candidaturas no Recife e também soltou o verbo sobre os ex-aliados Mendonça Filho e Raul Henry, além de fazer duros ataques às gestões petistas. “A candidatura do PSB, que é um partido do meu amigo, o grande governador Eduardo Campos, o candidato deles não é conhecido por boa parte da população recifense.
E Daniel também tem uma faixa de desconhecimento grande, maior até do que nós achamos.
Isso não acontece com humberto, por exemplo.” “Todos os dias a gente escutava “eu vou ter o apoio de Daniel”, “ele pode ser meu vice”, “a gente está se entendendo”.
Quer dizer, só se entende se for para nós apoiarmos eles, nunca para eles nos apoiarem.
Enfrentamos isso por dois meses.” Os ataques às gestões petistas também foram muitos. “João Paulo teve muita aprovação, mas os governos dele não foram nada, não fez nada.
E João da Costa fez menos ainda. (…) Não tem nada sério sendo feito aqui.
Só conversa, só propaganda, só festa.
Nenhuma solução real e nenhum projeto de solução para a cidade. (…) Não dá para ficar esse pessoal aí.” Principal líder do PPS, Raul Jungmann - que agora vai coordenar a campanha de Daniel, além de ajudar a fazer o programa - explicou o porquê de, no último momento, ter resolvido apoiar o nome tucano.
Falou também da Mendonça e Raul Henry, com quem não conseguiu chegar a um entendimento. “Optamos por nos unir ao PSDB e à candidatura de Daniel Coelho por uma questão de coerência.
Tínhamos duas alternativas: DEM e PSDB.
Temos maior afinidade ideológica com o PSDB e optamos pela aliança com eles principalmente pelo perfil de Daniel Coelho.
Raul Jungmann também disparou farpas contra Mendonça e Henry.
Começou afirmando que no processo pré-eleitoral viu-se “tudo o que não poderia ou não deveria acontecer, mas aconteceu”.
E continuou, bombardeando os peemedebistas e democratas. (Assista AQUI) “Daniel, você não tem nenhuma explicação a dar.
Enquanto os outros estão se explicando, nós não.
Estamos tranquilos, leves, com nossos companheiros de verdade.
Esta é a chapa da unidade daqueles que não vão porque têm que ir, porque simplesmente é fácil ou dos que pensam nos ganhos que possam ter individualmente.” “Nós dizemos não a esse tipo de política que se faz através do facilitado.
E isso não é política, é clientelismo, fisiologismo, busca de vantagem.” “Eles [Raul Henry e Mendonça Filho] não se dispuseram a fazer unidade.
Só nós [ele e Daniel] tivemos esse desprendimento.
Quem vai para tentar unidade tem que abrir mão de projetos individuais e isso não aconteceu por parte de todos”, afirmou. “Mas todo projeto é legítimo”, disse, tentando não criar atrito com Mendonça e Henry.
Um pouco mais tarde, na convenção do PPS, Daniel Coelho foi recebido como futuro prefeito.
Em seu discurso, Raul Jungmann pediu para que fizessem pela candidatura de Daniel o que fariam pela dele.
O candidato do PSDB à prefeitura do Recife, o deputado estadual Daniel Coelho, preferiu concentrar seus ataques apenas na atual gestão.
Pedindo renovação, o tucano criticou até as atitudes do PT contra o atual prefeito, João da Costa. “PT partilhou o poder.
Secretaria de saúde para “fulano”, Secretaria de Educação para sicrano.
Eles não estão pensando no povo, estão pensando nas negociações.
Precisamos renovar de verdade, tirando do poder essas pessoas que fazem práticas políticas antigas.
Como querem falar de cidade do futuro se ainda fazem viaduto [Capitão Temudo] sem calçada e sem faixa para ciclista.” “Uma ideia boa mas que não funciona bem é o Orçamento Participativo.
Na minha gestão teremos, sim, orçamento participativo.
Mas não assim, não desse jeito que está aí.
As obras são votadas, mas só são executadas quando querem.” “Mas o desrespeito ao voto da população é previsível, já que eles não respeitam nem a votação das prévias do próprio partido.
As obras do OP são votadas mas eles só constroem o que os caciques querem, da mesma forma que aconteceu nas prévias.” Mesmo com baixo percentual de intenções de voto (5%), Daniel mostrou confiança na vitória e afirmou que já está acostumado com disputas difíceis, como as vitoriosas campanhas para vereador (duas vezes) e uma para deputado estadual, sempre pelo PV, que tem pouca força no estado. “Não estamos entrando para marcar ponto.
Vamos para o segundo turno e vamos mostrar que essa cidade é livre, não é de cacique!”, bradou.
A chapa de vereadores formada por PSDB e PTdoB lançará 70 candidatos a vereador.
Os dois partidos têm, atualmente, apenas dois vereadores: Aline Mariano (PSDB) e Mardos di Bria (PTdoB).
Já o PPS disputará sozinho a chapa proporcional, lançando 43 candidatos.
PMN - O discreto PMN foi um dos partidos mais disputados nas últimas duas semanas.
Com o PT, o DEM e o PSDB precisando de alianças para ganhar preciosos segundos de TV, o PMN - que estava coligado ao PPS - passou a ser assediado pelas referidas siglas maiores.
No final das contas, acabou descolando até do PPS e vai se lançar sozinho à Prefeitura do Recife.
A presidente Nacional da sigla, Telma Ribeiro, assumiu provisoriamente a Direção Estadual para, de acordo com ela, “colocar ordem na casa”.
Telma afirmou que não fazia sentido se unir, como fez o PPS, à candidatura do PSDB. “Iríamos apoiar a candidatura de Raul Jungmann.
A partir do momento que ele retirou seu nome, nós, que já não iríamos nos unir ao PSDB na chapa para vereadores, passamos a também nos lançar sós para prefeito.
O candidato da sigla é o Coronel Guarini e terá como vice de sua chapa a pedagoga Luzinete Barros.
Esta, por sua vez, deverá assumir a legenda depois que Telma Ribeiro tiver “colocado ordem”.
A chapa de vereadores do PMN contará com 39 candidatos.
Débora Albuquerque, vice na chapa tucana.
Presidente Nacional do PSDB, Sérgio Guerra fez longo e ácido discurso.
Chapa de vereadores do PSDB.
Escorregou: Defensor do meio-ambiente, Daniel permitiu exagero das poluidoras bolas de festa em sua convenção.