A adesão da cúpula do PP ao PT de Humberto Costa, na quarta-feira, com direito a foto de Lula ao lado do deputado Eduardo da Fonte, abriu uma crise sem precedentes na sigla dos progressistas no Estado.

No dia seguinte ao anúncio do acordo, por meio de fotogramas no Instituto Lula, deputados federais do partido como Roberto Teixeira e o deputada estadual Ana Cavalcanti, secretária de Esportes do governo Eduardo Campos, prestigiaram o lançamento oficial do nome de Geraldo Júlio, candidato de Eduardo Campos na disputa deste ano.

Como represália, a Executiva municipal do PP, comandada por Eduardo da Fonte, divulgou uma nota desqualificando Teixeira, conforme divulgado mais cedo.

O deputado federal reagiu de forma dura, em contato telefônico com o Blog de Jamildo, ainda há pouco.

Inicialmente, o deputado federal conta que acertou com o presidente do PP no Estado, Eduardo da Fonte, que o grupo político iria se reunir, na quarta-feira, para definir os rumos do partido na capital. “Anunciaríamos a vontade de todo o grupo político, formado pelo Eduardo da Fonte, Severino Cavalcanti, Ana Cavalcanti e Pedro Correia.

Só que na quarta-feira ele desapareceu (estava em São Paulo, com Lula e Humberto) e apareceu na quinta-feira, com uma decisão unilateral, dele”, explica. “Lá em São Paulo, o Maluf ganhou um ministério de Dilma, intermediado por Lula.

Aqui, só no futuro a gente vai saber (o que Eduardo da Fonte recebeu). “Essa carta é uma vergonha para o partido.

Todo mundo sabe em Brasília que Eduardo da Fonte vive de fazer negócio por lá.

Vamos ver depois o que ele conseguiu”, atacou, sem meio termos.

Sobre os membros que assinam a nota, Roberto Teixeira diz que não há valor algum porque os membros não teriam representação. “Não existe essa executiva municipal.

São todos ou parentes ou empregados.

Esse Adalto Barreto (presidente) é empregado dele, motorista.

Elias Manoel é contador de uma empresa da mãe dele.

Foi presidente do Metrorec e quase afunda o órgão.

Celina Maria é a mãe dele.

Francisco Maurício é o pai.

Francisco Maurício Filho é irmão dele”, exemplificou.

O deputado federal disse que vai recorrer ao diretório estadual e ao Nacional, para mudar a orientação. “Não vamos aceitar isto.

Ele vendeu o apoio do partido em troca de negócio escuso”, diz. “Entre nós, o acerto era apoiar Geraldo Júlio.

O acerto foi este.

Ele agora que explique o motivo de força maior que o fez mudar de lado.

O que receber em troco eu não sei”, compara. “O problema é que Eduardo da Fonte deu um golpe no partido aqui.

Na calada da noite, ele enviou uma lista para a Nacional informando o nome de 13 pessoas ligadas a ele.

Só tomamos conhecimento deste golpe há pouco tempo.

A Nacional acatou, pensando que essas pessoas representavam o partido.

Ele quer montar um partido familiar, quer ser o dono do partido”.

Na sua fala, Roberto Teixeira reclama até mesmo das insersões do partido na TV. “Antigamente, todos os quatro deputados federais apareciam.

Saltiel Carvalho, Severino Cavalcanti, Ricardo Fiúza e Pedro Correia.

Hoje, a estrela é sempre ele (falando mal da Celpe)”, compara.

De acordo com Roberto Teixeira, Severino Cavalcanti, José Maurício e Ana Cavakcanti não concordam com a orientação e vão marchar com Geraldo Júlio. “Com esse movimento, ele só ajudou os proporcionais do PT, que vão ter mais estímulo para sair e servir de calda.

O pessoal do PP vai se sentir inseguro e não vai sair. É péssimo para o partido”, diz.

Em nota oficial, PP do Recife desanca deputado federal que anunciou apoio a Geraldo Júlio Depois da publicação da nota aqui no blog, a secretária estadual de Esportes, Ana Cavalcanti, divulgou nota falando que há um equívoco no seu conteúdo.

Segundo ela, Teixeira não está sozinho com Geraldo. “O deputado José Maurício e eu também não concordamos com a direção municipal do PP e estamos dando total apoio ao candidato do PSB”, afirmou Ana.