Por Vitor Diniz Cientista político e sócio da RVD estratégia, especial para o Blog de Jamildo Pode-se dizer que os governadores, no Brasil , são verdadeiros imperadores.

Governam, na maioria dos estados, com pouca discordância, dado que as oposições nas Assembléias Estaduais não conseguem suportar as pressões advindas do Executivo.

O caso pernambucano é emblemático.

Quem vivencia o dia a dia da ALEPE percebe que o Executivo, além de dominar a pauta das comissões e do plenário, apresenta alta taxa de sucesso nas suas proposições.

Dominando todas as comissões (e por extensão, a ALEPE), a base governista aprova o que quer.

A oposição, cada vez menor, não tem muito o que fazer.

Em tese, o PSDB é oposição ao governo Eduardo, contudo, como se sabe, o partido já sinaliza há algum tempo sua vontade de migrar para o campo governista.

Sendo assim, o chefe do Executivo reina absoluto no legislativo pernambucano. É de se imaginar que a influência do Executivo estadual chegue aos gabinetes dos deputados federais.

Seria razoável supor a existência de uma “bancada dos estados” na Câmara, representando as unidades da federação, sob a influência dos respectivos governadores.

No entanto, estudos demonstram que os deputados federais “obedecem” mais aos seus líderes partidários nas votações, até mesmo votando contrariamente em propostas de interesse de seus estados.

Essa constatação demonstra a força dos partidos na arena legislativa, contrariando a tese de que os partidos são fracos e indisciplinados.

Os poderes institucionais dos líderes partidários se sobrepujariam, assim, à influência dos governadores, definindo a atuação parlamentar.

Fica claro, portanto, que a influência dos governadores, ainda que tenha relevância no âmbito federal, constitui fator chave apenas nas assembléias legislativas, sendo atenuada na Câmara Federal por conta dos fortes poderes institucionais dos líderes partidários, um dos fatores determinantes para o alto grau de institucionalização do sistema partidário brasileiro.