Bruna Serra, do Jornal do Commercio, direto de Brasília BRASÍLIA -– Quando se pronunciar oficialmente, nesta quinta-feira (28), sobre o lado em que estará o seu Partido Progressista (PP) nas eleições municipais de outubro, o deputado federal e presidente da legenda em Pernambuco, Eduardo da Fonte, dirá que todo o arsenal do PP estará à disposição do senador Humberto Costa, pré-candidato do PT à Prefeitura do Recife.
Diferente dos rumores, Zé Maurício diz que PP vai caminhar com o PSB.
Anúncio oficial deve sair na quinta No Recife, ainda sem apoio de outros partidos, PT antecipa convenção As articulações foram definidas ontem, quando, de São Paulo, Humberto telefonou ao deputado diretamente da antessala do gabinete do ex-presidente Lula, no Instituto Cidadania, para comunicar que o líder máximo do PT avalizara a aliança.
Em troca do apoio, o PP quer apenas continuar “atuando no estafe” do governo Dilma Rousseff.
Na prática, isso quer dizer que o PP não reclamará a vice na chapa de Humberto.
Observadores privilegiados do enlace entre os dois partidos asseguram que os progressistas compreendem que o momento é de cautela diante da “chapa quente” que será encabeçada pelo ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio (PSB).
Por isso, está entendido que a vice recairá mesmo sobre o deputado federal João Paulo Lima e Silva.
Apesar das insistentes negativas oficiais do ex-prefeito, o que se fala no Salão Verde da Câmara dos Deputados é que o acordo já estaria amarrado, mas que João Paulo acredita que sua entrada na disputa irá despertar a ira de Eduardo.
O temor do ex-prefeito se justifica porque está em andamento na pauta do Tribunal de Consta da União (TCU) o processo em que João Paulo é acusado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de improbidade administrativa no contrato estabelecido com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à Universidade de Brasília (UnB), realizado sem licitação.
A entidade teria recebido R$ 19,7 milhões da Prefeitura do Recife entre 2002 e 2005, durante as duas gestões do ex-prefeito, para prestar serviços de consultoria com o objetivo de modernizar a máquina pública.