O presidente municipal do PMDB, o deputado estadual Gustavo Negromonte, admitiu que o partido está se articulando com a candidatura do PSB, encabeçada por Geraldo Júlio.
Quem está à frente das conversas tanto com o bloco da oposição como com o PSB é o próprio pré-candidato Raul Henry, do PMDB.
Com um discurso de quem não quer a alcunha de traidor, o presidente do PMDB afirmou que o partido “tentou muito e continua tentando” a união do bloco oposicionista.
As conversas têm sido frequentes com os candidatos Mendonça Filho (DEM), Daniel Coelho (PSDB) e Raul Jungmann (PPS), mas só este último, a exemplo de Raul Henry (PMDB), reconhece a possibilidade de retirar seu nome em prol de uma unidade do bloco.
Mendonça Filho (DEM) é o oposicionista com maior índice nas pesquisas de intenção de voto, mas tem contra si um histórico de não conseguir avançar seus índices.
Do outro lado, o tucano Daniel Coelho é colocado como um perfil “jovem e “moderno”, que apesar de ter apenas 5% das intenções, poderia atrair muito mais eleitores que Mendonça.
Nenhum dos dois candidatos quer retirar o nome da disputa, que este ano não tem favorito.
Raul Henry estuda retirar candidatura Raul Henry garante que anida está na disputa do Recife Enfraquecida estadualmente, a oposição conversa há meses buscando uma união visando estar no segundo turno do pleito municipal do Recife.
Mas a sangrenta briga petista, com a retirada do nome do prefeito João da Costa foi em prol da candidatura do senador Humberto Costa, “zerou” a contagem e todos passaram a ter chances de alcançar o segundo turno.
Mas em seguida o PSB de Eduardo Campos colocou o nome de Geraldo Júlio, que ganhou apoio da Frente Popular - exceto o PT.
O cenário segue equilibrado, mas agora há um grande risco de a oposição não estar no segundo turno e assistir à um briga entre PSB e PT.
Por isso a necessidade de uma união total de forças.
Mas, com um ar de quem já não está com muita fé, o presidente do PMDB Recife, Gustavo Negromonte, insistiu que “ainda tenta”, mas vê como uma ótima opção uma aliança com o PSB. “Estamos enxergando com dificuldade a unidade das oposições.
Já estamos conversando há muito tempo e agora precisamos avaliar a hipótese de não haver a unidade do grupo.
A candidatura de Geraldo Júlio é mais uma à mesa, então vamos começar a dialogar”.
Sobre o espaço que o partido teria na coligação da Frente Popular, Negromonte não confirmou que PMDB assumiria a vice, mas afirmou que a sigla exige um espaço proporcional a seu porte. “O PMDB é um partido grande e deve ter seu espaço.
Mas que espaço seria esse, ainda é preciso conversar com o senador [Jarbas Vasconcelos] e com o próprio Geraldo Júlio.
Mas certamente a vice não seria uma condicionante.
Também há outros espaços.” Até o próximo sábado (30), data final para realização de convenções, o PMDB tem cinco dias para conversar e se definir.
Mas parece mesmo estar executando uma migração histórica para a política pernambucana.
Dois dos maiores ícones da política local nas últimas décadas foram Miguel Arraes (PSB) e Jarbas Vasconcelos (PMDB e ex-PSB).
Ambos travaram confrontos nos âmbitos estadual e municipal.
Mas a recente aproximação entre o senador Jarbas e o neto de Arraes, o governador Eduardo Campos (PSB), está caminhando para uma aliança que marcará o cenário político pernambucano.
Após muitos anos, o PMDB descola do DEM, cujo presidente estadual, o deputado federal e pré-candidato Mendonça Filho, foi vice-governador nos oito anos da gestão Jarbas.
Nos últimos meses Jarbas se desentendeu com o deputado estadual e presidente Nacional do PSDB, Sérgio Guerra, histórico aliado seu.
Candidatos da oposição almoçam juntos na “mesa da unidade”.
Não obtiveram sucesso.
Os leitores do Blog de Jamildo já haviam sido informados, em primeira mão, das articulações, há duas semanas.
Veja: De olho no jogo nacional, Eduardo Campos pode compor chapa no Recife com PMDB