Foto: Clemílson Campos/JC Imagem O PT quebrou o silêncio.

Na tarde desta sexta-feira (22), o presidente do partido em Pernambuco, o deputado federal Pedro Eugênio, falou sobre as mudanças no cenário político com o lançamento da candidatura de Geraldo Júlio, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, pelo PSB, do governador Eduardo Campos.

Ele avalia que não foi o PT que dividiu a Frente Popular, já que é o partido que está no comando da Prefeitura do Recife atualmente.

Além disso, uma nota “de reflexão” divulgada pelo petista cobra o apoio dos socialistas, lembrando importantes alianças concedidas pelo PT ao PSB, inclusive em 2006, quando Eduardo elegeu-se governador.

Carta aos partidos da Frente Popular oficializa o nome de Geraldo Júlio na disputa pelo PSB no Recife Sileno Guedes cogita diálogo com João da Costa durante a campanha.

Vice de Geraldo Júlio é divulgado na quarta O que significa esta carta divulgada pelo PT?

Foi uma nota pacificadora, chama todos os partidos da Frente Popular a refletir e se unir. É uma forma de cobrar apoio do PSB.

Não é um capricho do PT.

Reconhecemos que temos problemas internos, mas temos uma candidatura aglutinadora [do senador Humberto Costa] e, na medida em que o PSB lança um candidato, é ele que está rompendo e ameaçando a Frente, e não nós.

O processo de fragilização da Frente não pode ser atribuído ao PT.

Não foi o PT que rompeu a Frente.

E o que levou a Frente a rachar?

A iniciativa do PSB de lançar um candidato, quando o PT está no exercício da gestão desde 2000, com dois mandatos de João Paulo e, depois, João da Costa.

No momento em que estamos no poder, esperamos a solidariedade do PSB.

Se o PSB apoiar Humberto, muitos partidos passarão a apoiar o PT.

A partir de agora, com a candidatura de Geraldo Júlio pelo PSB, como ficará a relação PT-PSB?

Quais são os próximos passos?

Vamos matar um leão por dia. É um processo político e não vamos deliberar as consequências agora.

Ainda queremos o apoio do PSB.

A Frente Popular tem um programa de transformação popular e, por estarmos no comando da Prefeitura, somos formadores da Frente e deste programa.

Somos parte da história da Frente.

Muitos partidos da Frente já anunciaram apoio ao PSB.

Como vão as articulações do PT?

Ainda não fiz a contabilidade dos partidos que estão com a gente e os que estão com o PSB.

Não podemos dizer com quais partidos estamos conversando, mas as conversas estão acontecendo.

Não é porque as coisas estão mais difíceis agora para o PT que não tem mais jeito.

E como estão as articulações para o posto de vice com este novo cenário?

Existe a possibilidade de uma chapa puro sangue?

Existe a possibilidade de uma chapa puro sangue, sim.

Na verdade, temos várias opções na mesa, não descartamos nada.

Inclusive, estamos abertos ao PSB, aceitaríamos Geraldo Júlio na vice de Humberto com a maior satisfação.

O senhor acha que o PT foi traído pelo PSB?

Não, não acho.

Mas também acho que a decisão do PSB de lançar um candidato não foi uma decisão correta politicamente falando, porque dividiu a Frente.

Quando o PSB soltou a nota ontem [na quinta-feira], comunicando a candidatura de Geraldo Júlio, não enviaram para o PT.

Eu liguei para Sileno [Sileno Guedes, presidente do PSB em Pernambuco] e pedi para ele me mandar.

Eu recebi às 23h.

Após PSB lançar candidato, nomes da oposição reúnem-se nesta sexta para discutir rumos VEJA O COMUNICADO DIVULGADO POR PEDRO EUGÊNIO: “Aos partidos da Frente Popular de Pernambuco Recife, 22 de junho de 2012 - Após tomar conhecimento pela imprensa da carta enviada ontem pelo PSB sobre as eleições municipais no Recife, o Partido dos Trabalhadores vem reafirmar a pré-candidatura do senador Humberto Costa à Prefeitura. - Defendemos o nome de Humberto Costa para a disputa à PCR por considerá-lo o melhor quadro para continuar o projeto que tem feito o Recife avançar desde a vitória do ex-prefeito João Paulo, em 2000, o que deu condições para o ressurgimento da Frente Popular como vemos hoje. - Humberto é um dos nomes mais competentes do PT, tem experiência política como vereador, deputado estadual, deputado federal e agora como senador da República, e também administrativa, como secretário de Saúde do Recife, secretário estadual das Cidades e ministro da Saúde do Governo Lula. - Nas últimas décadas, o PT tem feito incontáveis gestos de unidade e solidariedade ao PSB.

Como por exemplo, em 1994, com o apoio ao nome de Miguel Arraes para o Governo do Estado; em 1998, com a aliança entre o socialista e Humberto para a disputa majoritária de governo e senado; e em 2006, com o fato mais importante, o apoio do PT no segundo turno, que ajudou a levar o PSB à vitória naquelas eleições.

O PT também reconhece os gestos políticos feitos pelos socialistas ao longo desse tempo e espera a continuidade desta parceria política. - O PT nunca faltou ao governo do PSB no Estado, dando sustentação política (Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado), contribuindo com a interlocução com os movimentos sociais e participando com quadros expressivos do partido no Governo Estadual.

Ressaltamos ainda os inúmeros investimentos federais trazidos para Pernambuco pelos governos Lula e Dilma, como a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul, a Transnordestina, entre outros que demonstram a importância da parceria política e administrativa existente entre o PT e o PSB. - A Frente Popular tem, acima de tudo, conteúdo político e programático associado fortemente com as lutas populares e democráticas, sendo o PT defensor incondicional da sua continuidade, comandada no Estado pelo PSB e no Recife pelo PT, e segue firme acreditando que este projeto vai continuar mudando o Recife, Pernambuco e o Brasil.

Pedro Eugênio Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco”