Júlio Lóssio, como Eduardo Campos, defendem mais gestão na educação.
A nota dos dois na educação, por sinal, é a mesma, 4 no Ideb Por Jamildo Melo, em Petrolina O prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, do PMDB, não votou para eleger o vice-presidente Michel Temer, na chapa de Dilma, mas nem por isto o presidente nacional do PMDB deixou de convidá-lo para ajudar na reconstrução do partido, em nível naiconal.
Uma das contribuições acertadas com o dirigente nacional é justamente mostrar nas inserções do PMDB as ações na área de educação, com o programa Nova Semente.
O mérito maior é dar ênfase à primeira infância, de modo que não perca mais uma nova geração para o analfabetismo.
O prefeito Julio Lossio diz que o objetivo é que o ensino oferecido pelo Nova Semente para as crianças assistidas pelo programa seja igual aos alunos das escolas privadas.
Pragmático, Júlio Lóssio já teve embates com autoridades do Ministério da Educação, em Brasília, ao implantar o programa, que já atende a cerca de 4 mil alunos. “Uma vez lá no MEC quizeram melar o programa alegando que as cuidadoras só tinham segundo grau e não podiam cuidas das crianças.
Então eu disse.
Suas babas devem ter mestrado, não é?”, retrucou. “Depois de muito custo, eles entenderam que o nova semente é uma solução de vida e as cuidadoras tem carteira assinada, tem dignidade”, explica. “As crianças beneficiadas vão ler aos 5 anos porque esta é a mesma época que filho do rico começa a ler.
Com a chegada do Nova Semente, o filho do rico e do pobre vão concorrer de igual para igual.
As sementeiras passaram por uma capacitação antes de começarem a ensinar nas creches e vão ajudar muito na educação e alfabetização destas crianças.
Num futuro bem próximo teremos aqui a erradicação das desigualdades na educação de todas as crianças de 0 a 5 anos no município”, defende.
Nesta semana, a prefeitura de Petrolina realizou a inauguração da 66ª unidade do Programa Nova Semente, na Vila Débora.
O prefeito de Petrolina foi homenageado e presenteado pelos moradores e representantes da comunidade.
A meta é chegar a 100 escolas na cidade, ainda até o final do ano.
Neste evento, Sirleide Rodrigues, mãe de Eduardo Rodrigues, falou de sua felicidade em ver seu caçula, aluno de uma outra creche do Nova Semente, sendo alfabetizado. “Meu filho de apenas 5 anos já sabe ler e escrever.
Ele ensina o irmão mais velho de 7 anos a fazer as tarefas”, afirmou.
Com a nova creche, são 3.960 crianças atendidas, 2.900 famílias beneficiadas e 1.074 sementeiras com carteira assinada.
Revolução na educação Numa época destas, Júlio Lóssio, como costuma ocorrer com vários políticos, foi convidado para ser paraninfo de uma turma de segundo grau (escola estadual).
Ele disse que iria, se os alunos conseguissem responder algumas questões simples de matemática.
Não conseguiram, para sua decepção. “É um crime o que o nosso estado faz.
Metade dos alunos do ensino fundamental não sabe ler.
Não se dá educação de qualidade, para o cara ser doutor.
Também não se dá educação para sejam bons padeiros, bons operários.
E isto tudo começa com uma boa base, como eu tive lá no interior do Ceará com meus país” Na avaliação de Júlio Lóssio, o grande problema da educação é colocar os professores na sala de aula. “Quantos professores estão, de fato, na sala de aula?
Aqui, com gritaria e tudo, tiramos 150 pessoas da secretaria de Educação.
Queremos 30 pessoas no máximo organizando.
A maioria não pode ficar cedida, tem que estar na sala de aula.
O problema é que há uma profunda falta de gestão na educação”, reclama, citando que existem 1200 profesores na folha de pessoal, mas apenas 300 estão na sala de aula de fato. “Onde é a secretaria de Educação de um colégio particular no Recife?
Tem o mundo lá é?
E no entanto são eficientes”, compara, para acentuar a busca de eficiência.
Com orgulho, Júlio Lóssio conta que, ao assumir a gestão, apenas 38% das crianças eram alfabetizadas no primeiro ano.
Hoje, esse percentual subiu para 75%, no primeiro ano. “Sair lendo de lá é a missão.
Tem acompanhamento pedagógico, tem cinco refeições, 12 horas de atendimento.
Além disto, as cuidadoras estão próxima das mães, conhecem do bairro, são da própria comunidade”, compara, sugerindo que há condições de os pais acompanharem bem o desempenho dos filhos na primeira escola.
Quando fala no corporativismo dos professores, o prefeito de Petrolina bate de frente com os sindicatos do setor. “Os sindicatos vivem pedindo mais professores.
Eu não concordo que seja a saída.
O Brasil é um só.
Quanto mais gente para comer o bolo (das receitas), menos gente vai comer.
Para mim, quanto menos gente, mais eficiência.
Além disto, como o comprometimento da receita seria menor, poderia pagar um salário bem mais alto aos professores e poderia cobrar qualidade também, como fazem as empresas privadas” “Pagando três mil contos, eu vou fechar as escolas privadas da cidade.
Com um alto padrão de escola, eu também vou atrair os melhores professores”, acredita. “Outra briga que tive lá no MEC foi sobre a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Ele dizem que é conquista.
Não é conquista coisa nenhuma.
Como é conquista se somente 15% tem cobertura plena?”, questiona.
E a eleição de diretores pela população? “Pura balela.
Não funciona.
O diretor tem é que ter metas para cumprir.
O importante é saber se o Ideb cresceu.
E não adianta botar a culpa no prefeito por problemas na educação.
Se o diretor viaja tem aula?
Se o prefeito viaja, tem aula?”, questiona.